Cruzeiro tenta romper contrato e cobra R$ 25 milhões de gestora do Mineirão
O Cruzeiro entrou em rota de colisão com a Minas Arena, empresa responsável por gerir o Mineirão. O clube acionou a justiça e pede o rompimento do contrato de fidelidade com a concessionária, assinado em janeiro de 2013. A diretoria ainda cobra uma dívida de R$ 25 milhões da administradora do local. Mesmo com a possibilidade de quebra do vínculo, a equipe comandada por Paulo Bento deve permanecer atuando no Gigante da Pampulha.
O advogado Felipe Fagundes Cândido foi quem se pronunciou em nome da agremiação e explicou o motivo de a cúpula mover a ação contra a Minas Arena:
“A Minas Arena tomou a atitude de ajuizar uma ação de cobrança do Cruzeiro entendendo que o Cruzeiro devia cerca de R$ 8 milhões. Naquela oportunidade, o Cruzeiro tomou ciência da ação e, em reunião com a diretoria, ficou decidido que aquela parceria não se justifica na atualidade. É importante que o torcedor do Cruzeiro entenda que, mesmo com o fim do contrato de fidelidade, o Cruzeiro pode seguir usando o Mineirão, valendo dessas 66 datas que o estado (de Minas Gerais) tem direito”, disse à TV Alterosa.
“Foi exatamente isso que o estado deferiu em favor do Clube Atlético Mineiro na final da Libertadores de 2013. O Cruzeiro pretende seguir jogando no Mineirão desde que não precise pagar nenhuma despesa, conforme tem direito. Caso isso seja impossível, a diretoria vai analisar outro lugar para jogar”, acrescentou.
O bacharel em direito detalha as minutas do compromisso entre Cruzeiro e Minas Arena e volta a explicar a razão pela qual o clube pretende encerrá-lo:
“O contrato de fidelidade que o Cruzeiro fez partia da premissa que o Cruzeiro teria que pagar 70% das despesas dos seus jogos. Na final da Libertadores, a Minas Arena liberou o Clube Atlético Mineiro de usar o estádio sem o pagamento de despesa nenhuma. O Cruzeiro pagou de pagar essas despesas porque esta condição foi dada ao Clube Atlético Mineiro. Nós temos documentos que formam de forma cabal que a Minas Arena franqueou ao nosso rival condições mais benéficas. O Cruzeiro já se defendeu e, como dito, quem deve ao Cruzeiro é a Minas Arena, um montante de R$ 25 milhões”, disse o advogado Felipe Fagundes Cândido, que ainda fala sobre a dívida da concessionária ao clube:
“Ainda é necessária uma analise mais embasada, mas os estudos apontam que a Minas Arena deve ao Cruzeiro cerca de R$ 25 milhões”, completou.
Na noite desta quarta-feira, a assessoria de imprensa da Minas Arena entrou em contato com a reportagem por meio de uma nota oficial da gestora do estádio. Segue o comunicado na íntegra:
"Com relação à informação veiculada na imprensa no dia de hoje, sobre a defesa apresentada na Justiça pelo Cruzeiro Esporte Clube, a concessionária que administra o Mineirão informa que não foi intimada oficialmente. A concessionária sempre lidou com o clube e sua torcida de forma transparente e foi surpreendida pelo pedido de rescisão contratual noticiado pela imprensa após acionar o Cruzeiro judicialmente solicitando cobrança da dívida referente ao reembolso de parte dos custos das partidas.
Vale lembrar que a Justiça concedeu decisão favorável à concessionária, referente à causa movida pela empresa em março/16, no qual foi determinado bloqueio e o depósito em juízo do valor correspondente a 25% da receita líquida das próximas partidas realizadas sob o mando do Cruzeiro Esporte Clube, para ressarcimento da dívida do clube.
A concessionária afirma ainda que cumpre rigorosamente as cláusulas contratuais vigentes, inclusive em pontos levantados pelo clube em entrevistas à imprensa, e informa que não foi notificada pelo Cruzeiro com relação aos temas abordados.
Importante ressaltar que o Mineirão não cobra do clube por aluguel ou cessão de espaço, e sim, por reembolso dos valores referentes às despesas com terceiros, tais como segurança, limpeza, brigadistas, sinalização, água e luz.
A concessionária reafirma que está aberta ao diálogo com o clube e que o estádio estará sempre de portas abertas para o Cruzeiro e todos os clubes mineiros."
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