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Bipolaridade de torcida do Fla com futebol e basquete se reflete no público

Torcida do Flamengo protestou contra o time de futebol durante jogo de basquete - Pedro Ivo Almeida/UOL - Pedro Ivo Almeida/UOL
Torcida do Flamengo protestou contra o time de futebol durante jogo de basquete
Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/05/2016 06h00

Protesto na sede do clube, carro de jogador quebrado e muitas críticas. Se no futebol a torcida do Flamengo tem destilado todo o seu ódio, no basquete, o clima é de carinho e apoio. Vivendo um quadro de bipolaridade nos esportes do seu clube, os rubro-negros têm refletido o contraste de humor nas arquibancadas.

O último jogo do Fla na final do NBB, por exemplo, na Barra da Tijuca (RJ), contra o Bauru, levou quase três vezes mais pessoas que a partida entre o Rubro-Negro e a Chapecoense, na última quarta, em Volta Redonda (RJ), pelo Campeonato Brasileiro de futebol. Foram 7.836 torcedores presentes contra 2.705 que estiveram no estádio Raulino de Oliveira.

Durante o duelo no NBB, quando o Bauru venceu na Arena Carioca 2 e empatou a série em 1 a 1, a torcida explicitou a diferença de emoções de algumas maneiras. Na arquibancada, duas faixas foram exibidas: “basquete orgulho” e “futebol vergonha”.

Ao longo da partida, enquanto os cânticos eram de apoio na tentativa de ajudar a equipe a virar o jogo contra os paulistas, cobranças foram feitas ao presidente Eduardo Bandeira de Mello que acompanhava o confronto junto com seus filhos. Um dele, inclusive, se exaltou e bateu boca com torcedores.

Do lado de fora do ginásio, o episódio mais triste aconteceu quando o carro do zagueiro César Martins foi depredado e um dos vidros foi quebrado por membros de organizadas. Ele tinha ido ao local apoiar o time de basquete e estava na companhia de sua esposa e de seu filho de quatro meses. Felizmente, nenhum deles se feriu.

Pela manhã, cerca de 70 torcedores já haviam realizado um protesto pacífico em frente à sede do clube na Gávea. Na ocasião, eles xingaram e pediram a saída do atacante Guerrero e do diretor executivo Rodrigo Caetano. Bandeira de Mello, o vice de futebol Flávio Godinho, e os jogadores Paulo Victor, Jorge e Marcelo Cirino também foram criticados.

Nesta sexta-feira, membros de organizadas compareceram ao centro de treinamento Ninho do Urubu, onde a equipe treinava, e tiveram uma reunião com Bandeira, Caetano e o elenco. Lateral-direito, Rodinei garantiu que o clima foi pacífico. 

Neste domingo, às 11h, em Campinas (SP), o Flamengo visita a Ponte Preta pela 4ª rodada do Campeonato Brasileiro.