Título do Palmeiras sobre Corinthians rendeu 'boom' de bebês com nome Evair
12 de junho de 1993. No Morumbi, Evair Aparecido Paulino marcava de pênalti o gol que confirmou o título estadual do Palmeiras sobre o Corinthians em vitória por 4 a 0. Em hospitais não tão distantes do estádio, nasciam três bebês cujos nomes de batismo se transformaram em uma homenagem ao ídolo alviverde.
Os fatos não foram isolados. Além dos três meninos nascidos no dia da quebra do tabu de 17 anos sem títulos do Palmeiras, outros 188 recém-nascidos foram registrados como Evair em cidades paulistas, no ano de 1993. Os dados foram passados à reportagem do UOL Esporte pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP).
O 'boom' de bebês Evair começou justamente na época do título estadual do Palmeiras naquele ano. Em 1992, o fenômeno começou de forma tímida: 41 bebês receberam nome do ex-jogador, que chegou ao Palmeiras na temporada anterior — 21 pais homenagearam o Evair em 1991.
A partir de 1995, depois que o ídolo deixou o Palmeiras pela primeira vez, o número começou a cair: no ano do bicampeonato brasileiro, também sobre o Corinthians, foram 128 registros. Eles passaram a 50 e depois a 32. Em 2009, apenas quatro bebês foram chamados de Evair.
Em contato com a reportagem, o herói palmeirense em 1993 mostrou-se surpreso com o fato ocorrido naquela época. "Isso é maravilhoso, bom demais. Nunca imaginei isso. Às vezes encontro um em alguns eventos, mas nunca imaginei que eram tantos", disse o ex-centroavante.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de registros com Evair também aumentou no âmbito nacional. Nos anos 1980, por exemplo, 803 bebês receberam o nome. O número chegou a 1.990 na década seguinte e caiu a 320 em 2000.
Evair explica ainda que o título de 1993 ajudou a aumentar o número de palmeirenses. De acordo com ele, muitas pessoas admitem ter virado torcedor do Palmeiras depois do gol de pênalti na prorrogação na final do Paulistão — o ex-atacante já havia marcado um gol no tempo normal, assim como Zinho e Edilson.
Ele é um dos "filhos" do dérbi de 93
Evair Nascimento Arthur, de 22 anos, ganhou esse nome do pai. Logo após o parto, em 7 de julho de 1993, 25 dias depois do título alviverde sobre o Corinthians no Morumbi, Maurício decidiu homenagear o ídolo e herói do Palmeiras.
Evair, o herói, também é uma homenagem
O camisa 9 do Palmeiras em 1993 também foi batizado de Evair após uma escolha do pai. No dia 21 de fevereiro de 1965, José Paulino escolheu o nome por ser fã do futebol de Ivair, meia-atacante da Portuguesa, também conhecido por "Príncipe".
"Meu pai escolheu o nome e trocou a primeira letra porque gostava mais de Evair. Ele me contou quando virei jogador do Guarani", relembrou o craque, que admite: Seu José Paulino era corintiano e virou palmeirense depois que o filho vestiu a camisa alviverde.
Ivair, para felicidade de Seu José, chegou a jogar no Corinthians, sem o mesmo brilho da Portuguesa. Já Evair, depois de despontar no Guarani em meados da década de 1980 e defender a Atalanta-ITA, chegou ao Palmeiras em 1991, há exatos 25 anos, para fazer história no clube.
Evair ainda falou sobre o fato de Palmeiras e Corinthians voltarem a se enfrentar em um 12 de junho depois de 23 anos. A partida será disputada pela primeira vez desde a final do Campeonato Paulista de 1993. Em vez do Morumbi, o palco será o Allianz Parque.
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