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Após prisões, delegado não acredita em manipulação de resultados na Série A

Partida entre Barueri e Rio Preto, pela A-3 do Paulistão, é uma das investigadas por manipulação de resultados - Divulgação/Rio Preto
Partida entre Barueri e Rio Preto, pela A-3 do Paulistão, é uma das investigadas por manipulação de resultados Imagem: Divulgação/Rio Preto

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

07/07/2016 16h40

Após a prisão de oito acusados de manipulação de resultados no futebol brasileiro nesta quinta-feira,  Mário Sérgio de Oliveira Pinto, delegado que investiga a manipulação de resultados, afirmou em entrevista coletiva que não acredita que os crimes tenham chegado à Série A-1 do Campeonato Paulista.

“É muito simples explicar por que a quadrilha evita jogos da Série A: porque são jogos com muita visibilidade, com muitas câmeras, com milhões de pessoas assistindo. Seriam milhares de testemunhas contra eles”, afirma Pinto. “"Em escutas, um comparsa disse para um envolvido: pega a bola na mão e entra na área. E isso só poderia acontecer em jogos que não têm filmagem"

Apesar disso, o delegado não descarta que isso tenha ocorrido. “Não podemos dizer que não houve manipulação em jogos da Série A, mas não temos nenhum indício”.

Segundo a investigação, os acusados, que vêm de Indonésia, Malásia e China operavam no futebol europeu, mas migraram para a América do Sul depois que as autoridades europeias passaram a coibir suas atividades. Os valores gastos chegavam a R$ 30 mil por partida.

Há ainda suspeita de manipulação em partidas dos estaduais do Paraná e Mato Grosso, e materiais que comprovam interferência em Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. A polícia não conseguiu identificar as pessoas que se beneficiaram do esquema na Ásia.

As prisões

A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira oito pessoas acusadas de integrar quadrilha que operava na manipulação de resultados de futebol. Foram expedidos 10 mandados de prisão e dois de busca e apreensão. As prisões integram a Operação Game Over, que investiga a interferência de apostadores asiáticos em resultados de jogos.

A operação policial coordenada pela 5ª Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância (Drade) envolveu os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

Segundo a polícia, um grupo de apostadores asiáticos acionava dirigentes e atletas de divisões inferiores oferecendo dinheiro em troca de combinação de resultados. Os apostadores procuravam os campeonatos das séries A-2 e A-3 do futebol paulista, além de torneios da elite de Norte e Nordeste.