Mão de obra que move a França, Portugal construiu até estádio da final
A construção em Paris, na França, tem caminhão à frente para transporte do pesado material. O veículo tem acima a bandeira de Portugal. Normal. O país tem a maior quantidade de imigrantes portugueses, e o setor de serviços é a marca.
Padeiros, cabeleireiros, pintores, é muito simples encontrar trabalhadores portugueses na França. Mas nada é tão marcante como o setor da construção. Quase tudo tem a marca de Portugal. E isso inclui até o Stade de France, em Sant Denis, palco da final da Eurocopa entre França e Portugal, neste domingo às 16h (de Brasíia). Um empresa portuguesa, com mais de 50 funcionários lusitanos, moveu a obra.

“Eu estava na obra do estádio. E lembro de uma visita do (atacante brasileiro) Ronaldo. Dei azar para ele. Espero que não para Portugal”, contou Joaquim Pereira lembrando da final da Copa do Mundo de 98 vencida por 3 a 0 pela França contra o Brasil.
Segundo dados do governo de Portugal, são mais de 600 mil residentes na França. A emigração é o triplo do segundo país com a maior quantidade de portugueses, a Suíça.

“Você pode achar estranho pela dificuldade de falar francês. Mas hoje nós somos tantos que um ajuda o outro com emprego e ninguém fica sem dinheiro. Em Portugal te garanto que o cenário é diferente”, contou Fernando.
A comunidade portuguesa tem tanta paixão pelo futebol que até fundou um clube em Paris. É o Lusitanos de Saint-Maur, que participa de campeonatos amadores. A reunião para jogos do Campeonato Português, e claro, da seleção, acontece em diversos lugares.

“Não tivemos condições. Tive que deixar gente do lado de fora bebendo mesmo que fosse proibido. Acho que entendem que é uma situação especial”, contou Alzira Ferreira, proprietária de um pequeno bar em Paris.
A presença maciça de portugueses em Paris faz com que domingo haja festa independente do resultado: Você devia estar aqui para ver o buzinaço que foi no centro com a classificação para a final. Agora veremos os franceses calados, e faremos nossa farra no domingo”, disse o empolgado Joaquim, que agora vai ao trabalho com a camisa de Portugal.
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