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Liga que salva times pequenos em SP discute valores com empresa de árbitros

Vai Vai tem equipe que disputa a Liga de Futebol Paulista - Reprodução/Facebook
Vai Vai tem equipe que disputa a Liga de Futebol Paulista Imagem: Reprodução/Facebook

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

26/07/2016 16h00Atualizada em 26/07/2016 19h27

A Liga de Futebol Paulista, campeonato que prometeu colocar os times pequenos do Estado de São Paulo em atividade, enfrenta uma disputa no campo financeiro. Juízes que fizeram parte de duas rodadas afirmam não ter recebido o salário combinado pelo serviço. 

Gislaine Nunes, advogada famosa por ser especialista no meio esportivo, encabeça o campeonato. Ela reconhece que tem uma discussão com a empresa, mas alega que há uma cobrança abusiva de valores. Segundo ela, os juízes já poderiam ser pagos com o que foi repassado e que qualquer cobrança além do que foi pago é abusiva.

"O que eu discuto neste momento é o valor de mais de R$ 30 mil por uma semana de arbitragem. Paguei a uma empresa mais de R$ 30 mil por uma semana. Quem ganha R$ 30 mil em uma semana? E ele não pagou os juízes que ganham, no máximo, R$ 300. Os árbitros podem ser pagos. Eu agora discuto o valor que era praticado anteriormente, quando tínhamos um apoio do Governo. Agora, não temos mais esse apoio e precisamos rediscutir os valores. Tanto que já contratei outra empresa para o serviço, com 60% de redução em relação ao anterior", disse Gislaine. 

"Quero deixar claro que a Liga gera empregos, dá vagas de trabalho, coloca os times para jogar. E os árbitros poderiam, sim, ser pagos com o que eu já repassei a empresa. Por que será que a minha Liga está incomodando tanto?. Somos humildes, estamos começando algo, pagamos por tudo aqui". 

O problema chegou ao presidente do Sindicato de Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo, Arthur Alves Junior. De acordo com ele, há outras irregularidades, como árbitros não qualificados para exercer a função. 

"Eu tentei entrar em contato com ela (Gislaine), porque recebemos denúncias de árbitros que participaram da competição e não receberam. Temos os documentos e tudo mais. Eles devem de duas a três rodadas. Além disso, o campeonato tem alguns árbitros que não têm as exigências mínimas para poder comandar um jogo. E eu pedi documentos disso também. Mas ainda não tive resposta", afirmou Arthur ao UOL Esporte.

Gislaine também reconhece a cobrança do Sindicato e diz que já está preparando toda a documentação para apresentar ao presidente do grupo. 

A ideia da Liga é dar calendário aos clubes que estão afastados de competições oficiais ou ocupam apenas parte do ano com jogos comandados pela Federação Paulista de Futebol.

Atualmente, o campeonato está na 8ª rodada e conta com três grupos de oito times cada, como Jaboticabal, Bebedouro FC, GE São Carlense, Peruíbe FC e EC Vai Vai.