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Cristóvão pode mudar esquema de Tite e questiona desconfiança no trabalho

Robson Ventura/Folhapress
Imagem: Robson Ventura/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

29/07/2016 17h37

Depois de sete jogos no comando do Corinthians no Campeonato Brasileiro, Cristóvão Borges admite que poderá mudar o esquema tático de Tite. Depois de uma semana de treinos no CT Joaquim Grava, o comandante preferiu não confirmar, mas disse que estuda uma nova formação para enfrentar o Internacional, no domingo, no Beira-Rio. O mais esperado é que seja no 4-4-2, com Romero fazendo dupla com André.

O treinador ainda confirmou que a equipe terá praticamente a mesma escalação do empate por 1 a 1 com o Figueirense, com os retornos de Fágner, que cumpre suspensão, e Elias, que vinha em trabalho para readquirir a melhor forma física após retornar de lesões.

“No ano passado, no auge, o time do Tite jogava no 4-1-4-1. E foi uma sensação. A ideia inicial dele era fazer o mesmo com o time deste ano, mas por características dos jogadores, ele mudou para o 4-2-3-1. Eu procurei peças para manter o equilíbrio entre defender bem e atacar, mas acho que precisamos melhorar ofensivamente. E na troca de algumas peças eu consegui. Mas ainda falta um pouco. E é por isso que treino alternativas. Pode dar certo ou não, mas precisamos experimentar”, afirmou o comandante nesta sexta-feira (29).

Cristóvão ainda afirmou que, para que a melhora dê certo, ele precisará de reforços, especialmente no ataque. O técnico, no entanto, não individualizou os pedidos.

“Este ano foi um ano de desmanche, como vocês falam. Estou buscando escalação, sistema tático e vamos refazer a equipe. E temos de procurar os caminhos para isso. Não conto mais com perdas, só com acréscimos de jogadores”, completou.

Após sete jogos, sendo quatro vitórias, dois empates e uma derrota, Cristóvão reconheceu que ainda não tem a confiança da torcida para desenvolver seu trabalho no Corinthians, mas disse não entender o motivo de tantos pontos de interrogação.

“A explicação é difícil, não encontro resposta para isso (desconfiança de torcida e imprensa). Em parte dela, deve ser pela surpresa de eu estar aqui. Ninguém imaginava isso não. Porque eu não estava em lista nenhuma. Foi um choque. E eu sei que vamos carregar essa desconfiança por um longo tempo. Meus números são bons, mas se eles não continuarem assim, as críticas vão ficar pesadas. Estamos trabalhando com muita confiança, acreditando que o clube tem potencial”.

Até na hora de explicar a escalação de Elias como titular, Cristóvão usou a desconfiança de torcida e imprensa. "Se eu deixo ele na reserva, vocês vão descer a lenha em mim. Eu venho tentando dar ritmo de jogo a ele".