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São Paulo não teme "efeito Gareca" com saída de Bauza

Érico Leonan/saopaulofc.net
Imagem: Érico Leonan/saopaulofc.net

Do UOL, em São Paulo

03/08/2016 06h00

O São Paulo ainda não manifestou preocupação com a possibilidade dos atletas trazidos a pedido de Edgardo Bauza ficarem “órfãos” após a saída do treinador para dirigir a seleção argentina.

O exemplo de um caso semelhante aconteceu não há muito tempo, em setembro de 2014. Na ocasião, Ricardo Gareca deixou o Palmeiras após três meses de trabalho. Foi tempo suficiente para que ele pedisse a contratação de quatro atletas: Pablo Mouche, Fernando Tobio, Cristaldo e Allione.

Do quarteto, apenas o último ainda está no clube. E quase sem nenhuma chance com Cuca. Os dois primeiros não fizeram parte dos planos do atual treinador e Cristaldo, por sua vez, teve algumas chances, mas se incomodou com o banco de reservas e preferiu ser vendido, apesar de ser o xodó da torcida.

No caso são-paulino, a contratação que mais corre riscos de ter efeito deste tipo é a de Chavez. Contratado do Boca Juniors, o atacante fez sua primeira aparição no empate contra a Chapecoense e veio indicado pelo comandante. O que joga a seu favor é a falta de opção no setor, que sofreu com as saídas de Alan Kardec, Jonathan Calleri e Rogério.

Outro argentino recentemente contratado, o lateral direito Buffarini, não se enquadra neste exemplo. O jogador é desejo antigo do São Paulo, ainda na época em que Muricy Ramalho fazia a sua segunda passagem. Bauza, então treinador do atleta no San Lorenzo, lembra bem da situação.

“Veja, eu não preciso falar com os atletas e dar satisfações para onde eu estou indo. Eu indiquei os jogadores, mas se você for ver, o Buffarini, por exemplo, interessa o São Paulo há muito tempo, desde quando eu era técnico do San Lorenzo. Então não vejo muito problema em sair e deixá-los aqui. O reforço é para o São Paulo e não para o treinador”, explicou Bauza na coletiva de imprensa.

O peruano Cueva não deve ter dificuldades em se adaptar com o sucessor de Bauza. O atacante já caiu nas graças do torcedor e foi aplaudido pelo Morumbi no empate em 2 a 2 contra a Chapecoense, jogo em que ele fez os dois gols da partida.

No caso de outro gringo, o argentino Centurión, a situação é inversa. Bauza já havia dado aval para que a negociação com o Boca Juniors acontecesse, mas a saída do treinador fez a diretoria repensar, como explicou o diretor executivo do clube, Gustavo Vieira. O atleta, no entanto, parece disposto a sair e está a apenas 'detalhes' de fechar com os argentinos.

“A gente conversava com o Bauza e decidia isso em conjunto. Sabíamos da posição dele (o treinador diz nunca ser contra a saída dos atletas que recebem propostas melhores), mas, a partir de agora, vamos manter o pensamento com mais foco no São Paulo”, afirmou.

Como já mostrou o Blog do PVC, a diretoria são-paulina diz preferir contratar um técnico brasileiro para a sucessão. Antes de Bauza, a equipe já havia perdido o colombiano Juan Carlos Osório para a seleção mexicana.