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A presidente que não quer estrelas e levou time de bairro à elite espanhola

 María Pavón levou o Leganés à primeira divisão do Espanhol - Reprodução/Twitter
María Pavón levou o Leganés à primeira divisão do Espanhol Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

31/08/2016 06h00

Nem o mais otimista torcedor do Leganés imaginou que veria o pequeno time na primeira divisão do Espanhol. Nem os dirigentes acreditavam nessa chance. Mas sob o comando de uma mulher, o Leganés não só está jogando entre os melhores do país como virou exemplo de administração. E, mesmo na elite, promete não se empolgar com a nova realidade.

Quem garante é a presidente do time, María Victoria Pavón. Ela está na função de mandatária desde 2009, pouco depois de seu marido se tornar o maior acionista do clube. Eles zeraram as dívidas, apostaram em jogadores jovens e, com dois acessos em três temporadas, chegaram ao topo.

Agora, perguntada se escolheria Messi ou Cristiano se pudesse optar por um dos craques, ela avisa: nenhum dos dois. “O Leganés tem que procurar outro tipo de jogadores não tão midiáticos. Precisamos de jogadores com vontade de trabalhar e que não tenham uma carreira consolidada, mas que estejam procurando uma chance e deem a vida pela equipe”, resumiu ela ao ABC. Um dos reforços para este ano foi Luciano, atacante do Corinthians.

O Leganés vive um cenário que não lhe é comum. Na temporada passada, seus investimentos chegaram a 4 milhões de euros. Neste ano, só com as cotas de televisão, recebeu mais de 40 milhões. Mudou o saldo, mas a estrutura é a mesma.

Das sete pessoas que compõem a estrutura administrativa do clube, quatro são da família de María Victoria Pavón. Além do marido acionista, ela tem a ajuda do filho Alberto e de sua irmã, Esperanza.

Mas engana-se quem pensa que ela é só a mulher do dono do Leganés. Sua história com o clube é longa. Foram mais de 20 anos sendo vizinha do time e levando os dois filhos aos jogos em Leganés, que fica a 11 quilômetros da capital e faz parte da região metropolitana de Madri. Até por isso, boa parte da torcida é fã de Real ou Atlético, já que o Leganés era só um time de bairro.

O estádio é o acanhado Municipal de Butarque, cuja capacidade foi ampliada para pouco mais de oito mil pessoas. O sucesso no ano passado fez o número de sócios subir para seis mil. Aos poucos, as cores do Leganés começam a se misturar às de Real e Atlético de Madri. O objetivo de aproximar o clube da comunidade foi atingido. Na verdade, os objetivos iniciais ficaram todos para trás. Foram todos mais que cumpridos.