Topo

Torcedora é chutada no chão na Arena do Grêmio; organizada é suspensa

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

01/09/2016 06h00

Uma briga envolvendo torcedores gremistas antes e durante o jogo do último domingo (28/8) na Arena em Porto Alegre levou à suspensão por mais 180 dias da torcida Geral do Grêmio, a maior organizada do clube gaúcho. A confusão envolveu um dos líderes da uniformizada, Rodrigo Rysdyk, e resultou na agressão de sua companheira, Julia Rosa Bernardes, que chegou a ser chutada no chão (veja vídeo acima)

As informações são do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Na última quarta-feira (31), o juiz Marco Aurélio Martins Xavier, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, determinou a nova suspensão da Geral do Grêmio. A agremiação já cumpria suspensão de 180 dias - impedimento de utilizar faixas, bandeiras, instrumentos e uniformes que a identifiquem - desde o final de maio, por conta de tumulto com integrantes da Super Raça no dia 22 de maio, quando o clube gaúcho enfrentou o Flamengo.

As torcidas gremistas vêm brigando entre si em luta pelo espaço no setor norte do estádio, único em que não há cadeiras nas arquibancadas, e os torcedores podem assistir aos jogos em pé livremente.

Dessa forma, a maior organizada do Grêmio ficará, ao todo, um ano sem poder se manifestar nos estádios de futebol. Além disso, quatro dos torcedores envolvidos na briga ficarão afastados das arenas esportivas do país por 90 dias, tendo que se apresentar em um distrito policial sempre que o Grêmio for disputar uma partida de futebol. 

"Os fatos revelam uma situação absolutamente inexplicável no ambiente dos estádios, na qual um desentendimento entre dois torcedores precipita a mobilização de grupos que digladiam, ensejando a atuação de policiais e de segurança privada do Clube, no intuito de impedir situações de violência mais grave", disse o juiz, em sua decisão que determinou o afastamento dos torcedores do estádio.

De acordo com o magistrado, "fica evidente a atividade articulada dos torcedores, na direção da violência criminosa, de modo que os conflitos originais não podem ser vistos de forma isolada e inofensiva."

Os envolvidos na briga deram versões conflitantes, mas semelhantes, sobre o que motivou a confusão. Enquanto o torcedor ligado à Geral afirma que apenas buscou defender a si e à companheira de agressões, os demais réus afirmam que tudo começou com um chute do primeiro.

Fato é que, de acordo com a Justiça e vídeos do sistema de segurança da Arena, após a agressão à torcedora, seu marido teria chamado seus colegas de organizada para armar o revide, dando nova dimensão aos atos de violência, que acabou por reunir dezenas de pessoas.

O incidente ocorreu menos de 20 dias depois de acordo de pacificação proposto pelo Juizado do Torcedor ter sido selado por três torcidas organizadas do tricolor gaúcho, Geral, Velha Escola e Super Raça Gremista - única sem vínculo oficial com o clube. 

O UOL Esporte tentou falar com representantes da torcida Geral do Grêmio e com o advogado da torcedora agredida, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.