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Promessa do futebol argentino é presa acusada de assassinato

Leandro Chazarreta, conhecido como "El Pony", era comparada a Riquelma na Argentina - Reprodução/ArquivoPessoal
Leandro Chazarreta, conhecido como "El Pony", era comparada a Riquelma na Argentina Imagem: Reprodução/ArquivoPessoal

Do UOL, em São Paulo

06/10/2016 19h20

A jovem promessa do futebol argentino Leandro Chazarreta, conhecido como “El Pony”, foi presa nesta semana na cidade de El Palomar, na província de Buenos Aires, acusado de assassinato. Segundo a polícia local, o meia-atacante de 18 anos é responsável pela morte de Miriam Amelia Coppovillo, 60 anos, baleada na sexta-feira (30) passada quando saía para comemorar seu aniversário com o marido.

De acordo com as investigações, “El Pony”, que era camisa 10 nas categorias de base do clube Almagro, é um dos membros do grupo de ladrões conhecido como “La Banda del Monoblock 17”, que coleciona extensa lista de roubos de carros e pertences no bairro Carlos Gardel e na zona oeste da região metropolitana de Buenos Aires.

A jovem promessa do Almagro chegou ao clube com seis anos. Oriundo de família pobre, passou a maior parte da adolescência divido entre a bola e o mundo do crime. Mesmo com apenas 18 anos, “El Pony” já havia sido baleado duas vezes e detido por homicídio, acusação que se provou infundada na ocasião.

Daniel Rodríguez, treinador do meia-atacante nas categorias de base do Almagro, conta que a relação de Leandro com o mundo do crime sempre foi natural.

“Menino, o que você quer para sua vida, a pistola ou a bola? Se for a pistola, se vá daqui. Mas se for a bola, assuma a responsabilidade de quem vai jogar. Te sobram condições”, relatou a conversa com o pupilo ao jornal Clarín.

Leandro Chazarreta - Reprodução/ArquivoPessoal - Reprodução/ArquivoPessoal
Com status de craque, "El Pony" tem milhares de seguidores nas redes sociais
Imagem: Reprodução/ArquivoPessoal

“Ele tinha loucura por jogar futebol. Fez muitos gols de falta”, afirmou Daniel Rodríguez. Segundo o treinador, o estilo de jogo de “El Pony” meia se assemelhava ao de Juan Roman Riquelme, que se destacava pela ótima visão de jogo e domínio total da bola.

Desde os 12 anos, Leandro Chazarreta encantava empresários e treinadores nas categorias de base do Almagro. Nos últimos anos, porém, sua carreira ficou marcada por idas e vindas entre o mundo da bola e do crime. Em 2013, ele foi baleado pela primeira vez e precisou se afastar dos gramados.

No ano seguinte, recuperado, “El Pony” voltou a abandonar o futebol. Ele foi acusado de homicídio e chegou a ser detido numa instituição de menores, mas foi liberado depois que se comprovou sua inocência.

Em janeiro desse ano, o jovem de 18 anos voltou a ser baleado e ficou internado no Hospital Posadas. Na ocasião, seu treinador foi visitá-lo, abrindo novamente as portas do Almagro, mas Leandro Chazarreta não voltou a frequentar os treinos.

"Já estávamos cientes de que ele não estava dormindo em casa porque andava com problemas. Jogava muito bem. Miguel Angél Tojo, que foi treinador da seleção argentina sub-17, quando foi coordenador do nosso clube sempre dizia que 'El Pony' era seu favorito, era o que tinha mais futuro", relembrou Matías Lafalce, diretor de futebol amador do Almagro.