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Família de corintiano mobiliza web e alega inocência e erro em prisão

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/10/2016 10h12

O corintiano André Tavares, que está entre os 31 presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, no bairro de Bangu (RJ), ganhou uma campanha de amigos e familiares na web. O ato obteve uma adesão maciça de internautas (#andretavaresinocente), chegando a entrar nos assuntos mais comentados do Twitter Brasil no início da noite desta terça-feira. Eles alegam a inocência do rapaz e negam envolvimento dele na confusão ocorrida no duelo com o Flamengo, no Maracanã, no último domingo (23). Na tarde desta terça-feira, a juíza Marcela Caram expediu o decreto de prisão preventiva dos torcedores.

Colegas que estavam com André no jogo garantem que o corretor de seguros sequer tinha adentrado o Maracanã no momento do tumulto. Para embasar o argumento, eles forneceram à defesa e ao UOL Esporte fotos com horários que, supostamente, comprovam o desencontro de informações, já que eles teriam ingressado por volta das 16h40 e o início da confusão se deu às 16h26.

“Éramos um grupo de seis amigos. Eu fui com dois num carro e o André foi no dele com os outros. Nos encontramos em Copacabana, almoçamos e decidimos ir de metrô e à paisana. Chegamos na estação do Maracanã por volta das 16h10 ou 16h13 (horário da foto mostra 16h16). Depois temos uma foto nossa com o Maracanã ao fundo às 16h29 (na rampa de entrada da Uerj). Entramos por volta das 16h40”, disse o amigo e fotógrafo Bruno Teixeira.

torcedor corinthians maracanã - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
De camisa preta com vermelho, o torcedor que estaria envolvido em confusão
Imagem: Arquivo Pessoal

Bruno relatou também de que forma teria acontecido o momento da prisão.

"Com o término do jogo, os policiais seguraram toda a torcida do Corinthians. O André estava o tempo todo do meu lado e, como temos um pouco de receio de organizadas, ficamos numa parte superior extrema da arquibancada. Depois eles liberaram mulheres, crianças e começaram uma grande pressão. Eles estavam com celulares com fotos e vídeos e passaram a perguntar: ‘Cadê o gordão? Cadê o de barbicha? Cadê o careca?’. Os critérios foram de estética. E iam efetuando as prisões. Foi aí que uma hora senti um policial passando por trás de nós e ele disse: ‘Foi esse’. E aí levaram o André", destacou.

O fotógrafo saiu em defesa do amigo. "Foi a primeira vez do André no Maracanã. Ele é corretor de seguros, nunca participou de nenhuma torcida organizada, é casado e a esposa passou muito mal por conta desta situação. Eu nunca presenciei um momento de alteração e nem violência do André. Sempre repudiamos a violência nos estádios".

Advogado particular

André Tavares está sendo advogado por Rafael Faria e Gabriel Miranda Moreira. Já os outros 30, além do menor de idade, estão com Marcus Vinícius Farias.

Na audiência desta terça-feira (25), os torcedores trajavam as mesmas roupas do dia do jogo e André era um dos poucos que não tinha vestimentas de organizadas ou mesmo do Corinthians.

Presos em flagrante, os corintianos tiveram a detenção alterada para preventiva e foram enquadrados por crimes de lesão corporal - confirmada por um laudo positivado nos PMs -, dano qualificado, provocar tumulto em locais de jogos, resistência qualificada e associação criminosa.

torcedor André próximo ao Maracanã - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
André, de camisa preta com vermelho, próximo ao Maracanã
Imagem: Arquivo Pessoal

Defesa dos corintianos quer imagens do circuito interno

Os advogados dos 31 corintianos presos solicitarão imagens de TV, jornais, sites e circuito interno do estádio na tentativa de provar o não envolvimento dos detidos na briga com os policiais militares na arquibancada do setor visitante.

Embora, num primeiro momento, tenha-se cogitado a possibilidade de entrar com um pedido de habeas corpus nesta terça (25), a defesa recuou e ainda avalia se, de fato, tomará este caminho. Outra estratégia é levantar os ingressos que estavam nominais e comparar com o horário de entrada nas catracas do Maracanã.

Muitos dos torcedores presos alegam que ainda estavam do lado de fora quando ocorreu a confusão e se dizem vítimas de uma escolha aleatória dos militares no momento da detenção.

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