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Coroação do Leicester e 12 nomes diferentes: o que separa e une prêmios

Vardy e Mahrez, destaques do Leicester indicados; time surpreendeu nas premiações - CRAIG BROUGH/Reuters
Vardy e Mahrez, destaques do Leicester indicados; time surpreendeu nas premiações Imagem: CRAIG BROUGH/Reuters

Do UOL, em São Paulo

04/11/2016 13h39

Pode ser que Messi e Cristiano Ronaldo sigam se revezando como melhores do mundo por uma década, mas o caminho para isso não deve ser mais o mesmo a partir de 2016. Com o fim da parceria entre Fifa e France Football, que entregaram juntas as seis últimas premiações anuais, dois troféus serão distribuídos, e cada um atendendo a um critério diferente.

No ano em que o Leicester foi coroado pela campanha histórica no Inglês, as listas preliminares da Bola de Ouro e do prêmio da Fifa mostram o que teremos pela frente na hora de escolher o maior craque do planeta.

Dois melhores e duas formas de eleição

Para começar, o básico. Em 2016, dois jogadores diferentes podem ser coroados como os melhores. A Fifa divulgou sua lista prévia de 23 nomes, elaborada por um grupo de especialistas, e explicou que os vencedores serão escolhidos por um processo misto, com 50% de peso para votação popular e 50% para capitães e técnicos de todas as seleções, como acontecia nos anos anteriores. Quem quiser participar da seleção pode votar no site da entidade até 22 de novembro. Em 2 de dezembro, os três finalistas serão divulgados ao público.

Já a Bola de Ouro, que agora volta a ser organizada e entregue apenas pela revista France Football, divulgou 30 nomes que serão avaliados por jornalistas internacionais, como a publicação fez de 1956 a 2010. A ideia é que, com isso, a votação fique menos sujeita à popularidade dos nomes envolvidos. Na década passada, por exemplo, nomes como o ucraniano Andriy Schevchenko e o tcheco Pavel Nedved venceram a Bola de Ouro batendo queridinhos da torcida como Ronaldinho Gaúcho e Zidane, por exemplo.

Quem são os 12 nomes que diferenciam os dois prêmios?

Dos 23 indicados pela Fifa, dois não estão na briga pela Bola de Ouro:
Kanté (Leicester/Chelsea)
Alexis Sanchéz (Arsenal).

No caminho contrário, dez nomes indicados pela France Football não foram selecionados pelos especialistas da Fifa:
Pierre-Emerick Aubameyang (Borussia Dortmund),
Paulo Dybala (Juventus)
Diego Godin (Atletico Madrid),
Gonzalo Higuain (Juventus)
Koke (Atletico Madrid)
Hugo Lloris (Tottenham Hotspur),
Rui Patricio (Sporting),
Thomas Muller (Bayern de Munique),
Pepe (Real Madrid),
Arturo Vidal (Bayern de Munique)

As listas, por si só, já mostram algumas diferenças dos dois prêmios. Na relação da Bola de Ouro estão contemplados jogadores com menos destaque em clubes, mas que brilharam por suas seleções na Eurocopa, como os portugueses Rui Patrício e Pepe e o francês Lloris.

Os jornalistas também valorizaram mais os jogadores de equipes conhecidas por seu jogo coletivo. Na Fifa, só Neuer e Lewandowski foram lembrados pelo Bayern de Munique, enquanto a France Football incluiu Vidal e Muller. O Atlético de Madri, da mesma forma, salta de um (Griezmann) para três representantes (Koke e Godín) na briga pela Bola de Ouro.

Leicester domina mesmo sem a Liga dos Campeões

O título inglês, imprevisível como foi, garantiu ao Leicester um grande destaque nos dois prêmios. Embora não tenha sequer participado da Liga dos Campeões, o modesto clube teve três jogadores indicados ao prêmio da Fifa (Vardy, Mahrez e Kanté). Vice do torneio continental, o Atlético de Madri só teve um (Griezmann). Bayern de Munique e Juventus, multicampeões em seus países, tiveram, somados, três indicações (Neuer, Lewandowski e Buffon).

Depois de Messi e Cristiano Ronaldo, vem Iniesta

O discreto e eficiente meio-campista espanhol é o terceiro jogador mais assíduo nesse tipo de premiações, tendo sido lembrado em todas as edições desde 2008. Mais que ele, só Messi e Cristiano Ronaldo, que levaram todos os últimos nove troféus. O argentino é lembrado desde 2007, quando foi vice de Kaká. Já o craque português apareceu pela primeira vez em 2006, quando ainda atuava pelo Manchester United.

Gianluigi Buffon, aos 38 anos, é outro destaque longevo. O goleiro italiano é indicado ocasionalmente desde 2003, embora tenha tido períodos sem ser lembrado como entre 2009 e 2011.

Chance para um chileno, mas para ninguém na América do Sul

O Chile foi bicampeão da Copa América, mas não conseguiu impressionar as comissões julgadoras dos dois prêmios. Em ambos os casos, só um representante da seleção conseguiu chegar à lista final: Alexis Sanchez na Fifa e Arturo Vidal na Bola de Ouro.

As acusações de eurocentrismo aos prêmios, portanto, devem continuar. Embora tratem de todo o planeta, as duas premiações, como de praxe, ignoraram qualquer atleta atuando fora do Velho Continente.

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