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Presidente do Corinthians cria roteiro para enfraquecer tese de impeachment

Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians

Dassler Marques, Guilherme Costa, Luis Augusto Símon e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

12/11/2016 06h00

A movimentação em torno da possibilidade de um impeachment no Corinthians fez o presidente Roberto de Andrade se mobilizar. Nos últimos dias, com o apoio de alguns aliados de sua cúpula, ele traçou um roteiro para enfraquecer essa tese por meio de conversas com grupos de diversas linhas políticas no Parque São Jorge. Em contato com a reportagem, Roberto disse que se tratam de diálogos normais (ver abaixo).

O fato de ter assinado dois documentos com datas anteriores à eleição de 2015, conforme mostrado por reportagens da Revista Época, deu margem para a ação de grupos rivais a Roberto de Andrade. Até mesmo um inquérito foi aberto pela Polícia Civil, a pedido de um conselheiro. O presidente do conselho deliberativo, Guilherme Strenger, viu irregularidades na ação de Roberto, o que fez crescer, dentro do clube, um movimento contrário ao mandato.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o diretor de futebol Flávio Adauto comentou sobre a movimentação do presidente Roberto de Andrade, de quem não era exatamente um aliado direto até ser nomeado recentemente.

"Acredito que ele sobreviva a isso. Acredito plenamente. Ele (Roberto) tem justificado para grupos políticos desde a semana passada, praticamente em todos os dias, se reunindo com grupos de oposição. Em todos os dias ele está com grupos expondo essa situação. Agora, é critério de quem acha que foi nessa linha de irregularidade e de ter cometido um ato ilegal. É um direito que eles têm, e o Roberto não pode tapar isso", admitiu Adauto.

"Se eles quiserem entrar com ação (de impeachment), eles têm esse direito. O Roberto tem dito isso a eles, que se eles acharem que devem seguir o caminho jurídico, que sigam. Não está se escondendo ou pedindo para não fazerem. Em nenhum momento. Ele tem dito claramente nas reuniões que se as pessoas acham que ele cometeu uma irregularidade e têm em mente seguir com isso, que façam. Você não tem outra alternativa. Aí pode ser uma situação externa, juridicamente, ou pode ser avaliada por um conselho", acrescentou o novo diretor de futebol.

Na agenda do presidente, por exemplo, estiveram na última quarta os conselheiros Fran Papaiordanou, Romeu Tuma Júnior e Antônio Rachid. Já na segunda-feira, Roberto se encontrou com o grupo político 'vai Corinthians'.

"(O que o presidente fez) não é fora da lei. Se você pegar pela parte fria, sim. Mas eu pergunto o seguinte: você cometeu alguma irregularidade que traz prejuízo ao clube? Não, assinou um documento que mandaria para cartório para registrar", opinou Flávio Adauto.

No auge do clima político ruim, há duas semanas, o grupo do presidente Roberto Andrade diagnosticou uma crítica comum entre aliados e oposicionistas. Faltava, à administração do Corinthians, fazer mais política e receber diversos grupos para explicar decisões, ouvir sugestões e críticas e fomentar o diálogo no Parque São Jorge. Nesse sentido, Roberto ouviu que precisava ser mais presente no dia a dia do clube e não administrar "à distância", normalmente do seu local de trabalho.

Dentro desse contexto, Roberto de Andrade se reuniu com algumas lideranças no dia 24 de outubro, por ocasião da votação de associados no clube, e encaminhou algumas decisões. A principal delas foi nomear Flávio Adauto para a função de diretor de futebol: jornalista, ele tem uma retórica elogiada dentro da diretoria e um perfil conciliador. No mesmo dia, Roberto escolheu convidar Fernando Alba para ser diretor adjunto, mas ele recusou.

"Quando o Roberto colocou meu nome na mesa houve unanimidade", disse Adauto. "Essas pessoas achavam que eu poderia fazer parte pelo pensamento conciliador. Eu não faço média, mas acho absurdo você falar de antecipar processo político num momento em que o corintiano está preocupado com o time de futebol, com o planejamento para 2017 e com sair desse limbo em que a gente está de classifica ou não classifica para a Libertadores, que é um prêmio de consolação", explicou, já com opinião sobre as polêmicas assinaturas de Roberto.

Roberto de Andrade afirma que os contatos com grupos do Corinthians são normais

Em contato com a reportagem por meio de assessoria de imprensa, o presidente explicou que as reuniões acontecem sempre e que ele se reúne com diversas pessoas, seja para falar sobre política do clube, Corinthians, futebol, fatos gerais do clube e etc.

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e quiser, pode colocar que na quarta passada teve reunião com Fran, Tuminha e Rachid. Na segunda foi com um grupo denominado vai Corinthians