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Infantino planeja 'pré-Copa' com 32 países e 'Champions mundial' de clubes

AFP PHOTO / OLIVIER MORIN
Imagem: AFP PHOTO / OLIVIER MORIN

Do UOL, em São Paulo

18/11/2016 09h45

Em entrevista ao jornal Mundo Deportivo, o presidente da Fifa Gianni Infantino detalhou uma série de medidas que planeja implementar em competições organizadas pela entidade a partir de 2019. Entre as medidas, destaque para o Mundial de clubes, que passaria a ser disputado no meio do ano e com um número maior de equipes, e a Copa do Mundo com 48 seleções, que ganharia uma 'fase preliminar' .

Confira as medidas defendidas pelo mandatário da Fifa:

Mundial de clubes maior e no meio do ano

“Hoje o futebol não é só Europa e América do Sul. O mundo mudou. Por isso devemos buscar um Mundial mais interessante para os clubes, mas também para os torcedores de todo o mundo. É o que tratamos de alcançar, com um torneio muito mais atraente que o atual, com mais qualidade entre os participantes e mais clubes. Isso atrairá aos patrocinadores, às televisões de todo o mundo”, argumentou Infantino.

“Sim, [seria como uma Champions mundial] de três semanas. Seria jogada na segunda quinzena de junho, quando acabarem todos os torneios. E ninguém se precipite, vamos levar em conta a saúde dos jogadores, para isso estão Boban, Van Basten e os médicos”, explicou o dirigente.

A possível alteração vai contra o calendário do futebol brasileiro e o da nova Libertadores. Reformulada, a maior competição sul-americana terá duração ao longo da temporada do futebol do Brasil, começando no início de 2017 e durando até o final, ao contrário do que ocorria até 2016, quando o torneio era disputado em cerca de um semestre, terminando normalmente em julho.

Copa do Mundo ganha 'preliminar'

A proposta de Infantino é que 16 seleções se classifiquem diretamente para a fase de grupos da Copa do Mundo. Outros 32 países disputariam uma 'fase preliminar', um confronto único de mata-mata. Os 16 vencedores iriam para a disputa do Mundial, que manteria o formato atual de oito grupos com quatro equipes.

"Seguem sendo 32 os participantes na fase final, mas haverá mais equipes que participarão na Copa do Mundo, ainda que seja apenas um jogo de vida ou morte. Quem ganha, vai disputá-la, quem perde irá para casa, mas terá participado de um Mundial, e isso é muito importante para muitos países"

País-sede da Copa de 2026

O presidente da Fifa não parou por aí. Além de sugerir a reforma no Mundial de Clubes, realizado no formato atual desde 2005 (o de 2000 teve um time a mais, o convidado Real Madrid) e com três clubes brasileiros campeões (São Paulo, Internacional e Corinthians), Infantino comentou sobre os candidatos à sede da Copa do Mundo de 2026.

Os Estados Unidos eram os favoritos a receberem o torneio, que tinha a possibilidade de ser realizado em conjunto com o México. No entanto, a eleição de Donald Trump colocou uma interrogação nesta possibilidade.

"Não sei se Trump gosta ou não de futebol. Mas o que é certo é que uma candidatura necessita o apoio total de seu respectivo governo. Pelo que me consta, Trump jogou futebol em sua juventude, na academia naval", disse o dirigente, que aposta na força do futebol para uma união Estados Unidos-México. "O futebol ajuda a criar unidade, superar fronteiras. Veremos."

Infantino também mencionou que o Marrocos tem interesse em ser sede do torneio.

Ex-jogadores como conselheiros

Outra novidade que Infantino espera implementar ao longo de seu mandato é uma maior participação de figuras do futebol em sua administração. Segundo ele, ex-jogadores lhe servirão como consultores para decisões tomadas no futuro, pois são eles “os que mais sabem”.

“Criei o Legends Team, não somente para jogar partidas de futebol, mas também para que trabalhem comigo, com a Fifa, no desenvolvimento do futebol. Já o fizeram no Congresso do México. Não só estaria Maradona, como outros como Luis Figo ou seus amigos Carles Pyuol ou Deco”, afirmou.

“Será um grupo importante de consultores para mim, que me vão ajudar muito. Como não vão ser levados em consideração pela Fifa jogadores como Maradona, Ronaldo ou Ronaldinho quando falam de futebol? Eles podem dar tudo o que faltava à Fifa, esse sensibilidade especial para proteger o futebol que tem sido suas vidas”, concluiu.

Mudanças no ranking da Fifa

"Devemos tratar de encontrar uma fórmula mais justa de faze-lo. Não sei se teremos tempo de faze-lo para o Mundial da Rússia 2018. Trabalhamos contra relógio".