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Após leilão e morte na piscina, Canindé é interditado por falta de higiene

Vista parcial do Canindé: interdição, leilão, morte e rebaixamento assombram estádio da Portuguesa na zona norte de São Paulo. - Reprodução
Vista parcial do Canindé: interdição, leilão, morte e rebaixamento assombram estádio da Portuguesa na zona norte de São Paulo. Imagem: Reprodução

Aiuri Rebello

Do UOL, em São Paulo

22/11/2016 12h30

De nada adiantou um mutirão promovido por diretoria com a ajuda de torcedores no final de semana. Depois de escapar de um leilão por conta de dívidas trabalhistas, a Portuguesa viu o Canindé ser interditado nesta segunda-feira (21) pela FPF (Federação Paulista de Futebol).

O motivo foi a não renovação do Laudo de Condições Sanitárias e de Higiene após vistoria no local. De acordo com documento assinado por Isidro Suita Martines, vice-presidente do Departamento de Infraestrutura de Estádios da FPF, o clube está proibido de realizar qualquer evento esportivo profissional no Canindé com venda de ingressos organizado pela entidade.

No final de semana, um mutirão promovido por diretoria e torcedores tentou dar jeito na situação com uma faxina nas instalações, para que o estádio fosse aprovado na inspeção de ontem. Porém, a faxina não deu conta do recado, na avaliação de Martines.

A interdição acontece poucos dias depois que o Canindé foi levado a leilão, para pagar diversas dívidas trabalhistas que arrastam-se na Justiça há anos. O lance inicial era de R$ 74 milhões, mas não houve nenhuma proposta pelo estádio. Um novo leilão, com valor inicial mais baixo, deve ser marcado.

Na prática, a Lusa fica proibida de jogar no Canindé. A Portuguesa, por meio de sua assessoria de imprensa, confirma que foi notificada da interdição e diz que está trabalhando para sanar a questão e liberar novamente o estádio. 

Elenco se reapresenta e time paga taxas atrasadas para participar do Paulistão

A interdição vem quando a Portuguesa havia acabado de quitar uma dívida de R$ 14 mil com a federação paulista, o que garante a participação do time na segunda divisão do Paulistão em 2017 e voz no conselho de clubes que decide regras e organização de campeonatos da entidade.

Porém, a Lusa só poderá usar o Canindé no Paulistão, no início de 2017, caso passe em uma nova inspeção sanitária, ainda sem data para acontecer. 

O elenco profissional da equipe se reapresentou na segunda-feira. Foi o primeiro treino depois do rebaixamento para a quarta e última divisão do Campeonato Brasileiro, cerca de dois meses atrás. Sem receber salários há cerca de três meses, os jogadores do time também estão sem técnico. Um nome deve ser escolhido depois das eleições para a nova presidência e diretoria do clube, marcadas para o dia 5 de dezembro.

Má fase tem ainda morte de jogador da base na piscina 

A má fase da Portuguesa inclui ainda a morte de um jogador da base na piscina do clube, no dia 20 de outubro. O zagueiro Lucas Santos, conhecido como Lucão pelos colegas de time, foi achado boiando.

O jovem, que tinha 16 anos, havia participado de um churrasco promovido pelo clube para os atletas da equipe sub-17 na tarde anterior. Conclusões preliminares da investigação da Polícia Civil apontam que ele morreu de congestão.