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Chapecó acorda rezando em clima de comoção com a queda do avião

Avião Chapecoense acidente Colômbia Sul-Americana - Reprodução/Twitter
Avião Chapecoense acidente Colômbia Sul-Americana Imagem: Reprodução/Twitter

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

29/11/2016 06h00Atualizada em 29/11/2016 10h04

A Chapecoense se tornou um orgulho da cidade e nesta terça os moradores acordaram incrédulos e comovidos ao saber que o avião que transportava a equipe para tão aguardada final da Copa Sul-Americana caiu. Assim que o dia amanheceu, os torcedores foram em direção ao estádio para aguardar informações. 

No lado de dentro, atletas das equipes de base rezavam junto com dirigentes que não viajaram. Durante a madrugada, os familiares dos jogadores e dos dirigentes que estavam no voo procuraram o grupo do clube no Whatsapp para saber informações sobre os parentes. Sem êxito, apelaram para as rádios da cidade.

É pela TV que até mesmo o vice-presidente da Chapecoense, Ivan Tozzo, acompanha as notícias sobre o acidente. Em entrevista ao Sportv, muito emocionado, o dirigente falou da situação. "É muito triste. Estamos vendo televisão e estamos buscando, aguardando notícias. Posso dizer que praticamente toda nossa diretoria viajou. Eu e mais duas pessoas ficamos em casa. Não temos nada concreto. Mas as pessoas estão chegando, Muito crítica a situação, é uma tragédia que jamais ia imaginar. Chapecoense era a maior alegria em nosso estado. Muito triste, estou emocionado. Tem muita gente chegando, temos que manter calma. Abalou nossa região e o Brasil. Estamos esperando. Fé me Deus que tenha bastante sobrevivente. Praticamente viajou todos os titulares. Poupamos jogadores contra o Palmeiras e titulares viajaram todos", comentou o dirigente.

O prefeito da cidade de Chapecó, Luciano Buligon, explicou que se dedica a atender às famílias. "Acreditamos que Deus vai nos dar força e unidos vamos passar por essa tragédia. Estamos no sentimento de atender às famílias. O momento é de esperança. Vai deixar marcas, mas queremos que deixe todas as vidas", disse Buligon à rádio CBN. 

Em entrevista ao SporTV, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo afirmou que tentará mais informações via diplomacia brasileira na Colômbia. "É muito difícil. 4h30 da manhã uma pessoa informou do ocorrido. Procuramos ter todas as informações e prestar todo o apoio. Falar com a diplomacia brasileira na Colômbia. Passar apoio, mas não temos informações oficiais. Passamos a noite, forte, dura para todos os catarinenses. É uma coisa muito forte para nós. Estamos trabalhando com muito cuidado quanto a falar sobre mortes", disse. 

Não foram os únicos e os repórteres das emissoras de Chapecó contaram que foram dezenas ligações. Acrescentaram que a impressão era de que todos os moradores conectados à internet durante a madrugada ficaram sabendo. As páginas das torcidas da Chapecoense no Facebook publicaram textos mostrando o choque e desejando que não houvesse vítimas.

O perfil da Guerreiros Chap, principal organizada da equipe, escancarou a perplexidade com o ocorrido escrevendo: "Não pode ser verdade alguém me diz que é mentira não quero é não posso acreditar". Conforme o tempo avançava, o número de curtidas aumentava.

Não eram os únicos a recorrer às redes sociais. A #chapecoense tinha 53 mil mensagem às 5h45. O Colônia, clube alemão, estava entre eles e postou uma mensagem no Twitter pedindo orações para o time catarinense.
 

Para completar o mau dia dos moradores de Chapecó, a chuva castigou a cidade e às 5h30 a Avenida Getúlio Vargas estava alagada. Havia ainda outros pontos de alagamento. A impressão dos moradores é que acordaram em um pesadelo.

Chapecó amanheceu alagada rezando pelos jogadores do time da cidade - Jussandra Mota - Jussandra Mota
Imagem: Jussandra Mota