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Vaga na Libertadores pode impedir Conmebol de declarar Chapecoense campeã

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

29/11/2016 22h27Atualizada em 30/11/2016 06h53

A intenção do Atlético Nacional de declarar a Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana de 2016 pode não ser o suficiente. O UOL Esporte apurou com dirigentes da Conmebol que uma vaga na Libertadores em 2017, em disputa na Colômbia, pode transformar em sonho a homenagem às vítimas do acidente aéreo da madrugada desta terça-feira (29).

O campeão garante vaga direta para a fase de grupos da Libertadores. Por isso, o Atlético Nacional, que levou a última Libertadores, abriria uma vaga extra para os colombianos se conquistasse a Sul-Americana. A Conmebol fez esse ajuste para o regulamento de 2017. 

Por isso, em um primeiro momento, a Conmebol apenas elogiou o pedido do Atlético Nacional, mas preferiu não confirmar que ele será atendido. Ela precisará ouvir os colombianos antes de oficializar a sua decisão.

Caso a confederação aceite o pedido, a entidade dará a vaga da Libertadores à Chapecoense e tirará o direito dos colombianos. Até a noite desta terça-feira (29), os dirigentes da Conmebol ainda não haviam recebido negativa dos clubes colombianos.Internamente, a entidade sul-americana é a favor do título aos catarinenses.

Enquanto o futuro desportivo não é definido, confederações e equipes já mostraram planos de ajudar a Chapecoense na reconstrução. Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos e Ponte Preta já colocaram seus jogadores à disposição para um empréstimo gratuito e estudam ações para impedir que a equipe de Santa Catarina seja rebaixada por um determinado período de tempo.

Em conjunto com seus cinco filiados da Série A, a FPF (Federação Paulista de Futebol) disse que colocará à disposição da Chapecoense toda a sua estrutura e seus departamentos para a reconstrução do clube. A Conmebol e Fifa decretaram luto e equipes pelo mundo também ofereceram condolências.

Entre as vítimas do acidente aéreo estão 19 jogadores do elenco da Chapecoense, além de integrantes da comissão técnica, incluindo o técnico Caio Júnior. Diretores do clube e jornalistas também estão na lista de mortos.

Alguns atletas da Chapecoense não viajaram com a delegação. A lista inclui os seguintes jogadores: Neném, Demerson, Marcelo Boeck, Andrei, Hyoran, Martinuccio, Nivaldo e Rafael Lima. Eles não vinham sendo utilizados pelo treinador Caio Júnior.

Na lista de convidados da Chapecoense para a viagem à Colômbia, o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, não estava no voo. Outros dois membros da delegação, Plínio Arlindo De Nes Filho, presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, e Gelson Merisio, presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, também não embarcaram, assim como o jornalista Ivan Carlos Agnoletto.

De acordo com a Aeronáutica Civil da Colômbia, seis pessoas foram resgatadas com vida do acidente, sendo três jogadores da Chapecoense: o lateral esquerdo Alan Ruschel, o goleiro Follmann e o zagueiro Neto. O jornalista Rafael Henzel e os tripulantes Ximena Suarez e Erwin Tumiri completam a lista de sobreviventes.