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Voo da VivaColombia também estava em emergência e pousou antes em Medelín

Vinícius Casagrande

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/11/2016 14h24

O aeroporto de Medelín, na Colômbia, vivia momentos tensos antes mesmo da queda do avião que levava o time da Chapecoense. Pouco antes de o avião com o time brasileiro iniciar a descida, uma aeronave da VivaColombia já havia solicitado prioridade de pouso por conta de perda de combustível. Essa pode ser uma das causas de o avião da companhia Lamia, que levava a delegação do clube brasileiro, ter sido obrigada a fazer um procedimento de esperar antes de iniciar a descida para pouso.

O Airbus A320 da VivaColombia havia decolado de Bogotá na noite de ontem com destino à ilha de San Andrés, no caribe colombiano, à 1h20 UTC. No entanto, cerca de 50 minutos depois, às 21h10, o avião fez uma curva de 180 graus. Ao iniciar a rota contrária, o avião começou imediatamente a descer em direção ao aeroporto de Medelín.

O avião da VivaColombia iniciou a aproximação final para pouso às 21h44 e tocou o solo de Medelín às 21h52, de acordo com informações de site FlighRadar24.

O horário do pouso não programado pelo avião da VivaColombia coincide exatamente com o momento em que a aeronave que transportava o time da Chapecoense se aproximava do aeroporto de Medelín.

Às 21h42, o avião da Lamia iniciou o procedimento de espera enquanto aguardava autorização do controle de tráfego aéreo para continuar a aproximação ao aeroporto de Medelín. O avião deu duas voltas de 360 graus e desapareceu dos radares às 21h55.

“É certo que houve uma emergência com o avião da VivaColombia, mas essa ocorrência foi atendida antes do primeiro reporte da aeronave que trazia o time de futebol”, declarou à BBC o coronel Fredy Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia.

Para o instrutor técnico de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS e comandante aposentado da Varig, Claudio Scherer, o mais provável é que uma pane tenha causado a pane elétrica reportada pelos pilotos do avião à torre de controle.

“Os geradores dependem do funcionamento dos motores. Quando eles param, os geradores também deixam de produzir energia e os pilotos perdem os controles do voo”, afirmou.

A hipótese de o avião que transportava o time da Chapecoense ter descartado combustível antes de cair foi descartada pelo comandante Scherer, já que esse tipo de avião não tem sistema de alijamento de combustível.

“Mesmo que tivesse, não faz sentido nenhum alijar combustível quando o avião está chegando ao destino. Isso só acontece em aviões muito grande quando há um problema logo após a decolagem e o avião precisa pousar imediatamente”, disse.

De acordo com os regulamentos de aviação, o avião deveria ter pelo menos mais 1h15 de autonomia. No entanto, segundo dados da fabricante a rota estava no limite da autonomia do avião.