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Dirigente da Chapecoense defende Lamia e nega indicação da Conmebol

Do UOL, em São paulo

01/12/2016 11h46

A diretoria da Chapecoense bancou nesta quinta-feira (01) a escolha da Lamia, companhia aérea que transportava a delegação da equipe na última terça (29), em voo que sofreu pane seca e sofreu acidente que matou 71 pessoas. Fundada em 2009, a empresa de porte pequeno tinha apenas uma aeronave em funcionamento, mas era parceira assídua de times de futebol da América do Sul. Na quarta-feira (30), o UOL Esporte mostrou que esse sucesso tinha a ver com uma orientação informal da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para que clubes e seleções escolhessem o provedor.

“Não há indicação da Conmebol ou envolvimento da prefeitura de Chapecó. A empresa tinha know-how de transportar times de futebol e já havia levado seleções de Argentina e Bolívia. Havia feito viagens para mais de 30 equipes. Como estávamos participando da Copa Sul-Americana e teríamos de fazer viagens de longos trechos, eles nos procuraram e ofereceram um serviço. Analisamos custos e a aeronave. Temos um departamento de logística para isso”, disse André Copetti, diretor de comunicação da Chapecoense, em entrevista coletiva.

“Optamos pela Lamia por questões técnicas. Fomos bem atendidos na primeira oportunidade e recontratamos. Não era novidade trabalhar com eles. A aeronave era a mesma usada pela família real britânica”, completou o dirigente.

Antes de fechar com a Lamia, a Chapecoense chegou a pedir à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) uma indicação de companhia. Antes de a entidade brasileira responder, contudo, o time catarinense avisou que tinha encontrado um parceiro.

A ideia original da diretoria da Chapecoense era fazer um voo com a Lamia de São Paulo para Medellín. Contudo, como a empresa aérea é venezuelana, a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) não permitiu que operasse no Brasil com essa rota.

A delegação da Chapecoense viajou então de São Paulo para Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) em voo de carreira. Depois, tomou um voo fretado de lá para Medellín. A diretoria disse ter pago US$ 100 mil (R$ 338,73 mil) apenas por esse trecho.

Além de a Lamia ter um passado nebuloso e basear sua carteira de clientes em times e seleções de futebol da América do Sul, existem questionamentos sobre o preço. Cotações feitas pelo UOL Esporte mostraram que a Chapecoense teria conseguido avião fretado ou voo de carreira diretamente de São Paulo para Medellín por valores próximos do que a equipe gastou com apenas um trecho.

“A contratação aconteceu por critérios técnicos. A Lamia tinha tudo que a Chapecoense buscava. Agora, os diretores que fecharam o negócio estavam no avião. Então, nós temos poucos dados ainda”, completou Copetti.