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Embaixador diz que liberação dos corpos atrasou, e chegada será no sábado

Gustavo Francheschini

Do UOL, em Medellín

01/12/2016 17h39

Antes prevista para a noite desta quinta, a liberação das vítimas brasileiras do acidente aéreo envolvendo a Chapecoense só será realizada na tarde desta sexta, com chegada prevista no Brasil para o dia seguinte. A informação foi repassada à imprensa pelo embaixador Júlio Bitelli, que explicou que os trâmites legais e a preparação dos corpos demorou mais do que as autoridades previram inicialmente. 

"É um desgaste, uma decepção para nós que estamos trabalhando para que isso ocorra o mais rápido possível, mas [o atraso] é fruto de condições objetivas, processo é muito complexo, particularmente pelo número de vítimas e corpos", afirmou o embaixador. "As previsões das autoridades colombianas se provaram demasiadamente otimistas, mas o mais importante é que estamos trabalhando 24h por dia para que o processo seja encerrado", acrescentou Bitelli. 

Inicialmente, a previsão era de que os corpos estivessem prontos para ser levados para casa na noite desta quinta. Agora, o cronograma mudou. As 64 vítimas brasileiras devem deixar a funerária onde se encontram em um comboio de cerca de 30 carros até uma base da Força Aérea Colombiana em Rio Negro, cidade vizinha à Medellín.

De lá, três aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) levarão todos a Chapecó, em uma viagem prevista para 12 horas, com parada de uma hora em Manaus. Segundo Bitelli, os funcionários de Globo e Fox Sports não irão para o Brasil com o Exército a pedido das empresas, que transportarão os corpos de maneira particular. Os estrangeiros envolvidos na tragédia cumprirão cronograma distinto. O corpo da vítima paraguaio será transferido ainda nesta quinta. Às 8h, o venezuelano que morreu na queda será embarcado, seguido dos cinco bolivianos. 

A caravana fúnebre para os brasileiros não será um evento público, mas as autoridades esperam que os colombianos compareçam para um último adeus. "Nós vimos ontem no estádio uma cerimônia bonita, com todo sentimento que temos pelo ocorrido. Amanhã [sexta] as pessoas poderão se despedir, mas de forma organizada, porque sabemos que as família estão no afã de receberem seus entes queridos", disse Carlos Ivan Marques, diretor nacional de riscos e desastres do governo colombiano. 

Marques explicou que o processo de liberação dos corpos foi mais demorado que o esperado pelo estado das vítimas, que precisou de cuidados das funerárias na preparação dos caixões. Segundo ele, 800 pessoas foram envolvidas em toda a operação, contando socorristas, médicos legistas e funcionários das funerárias.