Follmann deve ter amputação aumentada; Alan pode deixar a UTI em 24h
Um novo boletim médico sobre os quatro brasileiros sobreviventes do acidente com o avião da Chapecoense trouxe boas notícias sobre Alan Ruschel e novidades nem tão agradáveis a respeito de Jackson Follmann. Exames de revisão da amputação deste último mostraram infecção e necrose, obrigando o aumento da amputação em pelo menos quatro centímetros, afirmou o ortopedista Marcos Sognali.
O procedimento será realizado na quarta-feira. O jogador tem cerca de 15 centímetros de osso abaixo do joelho e a tentativa é preservar o máximo possível porque isto ajuda na qualidade de vida no futuro. Quando recuperou a consciência e soube da amputação, o atleta reagiu dizendo que "tirava isso de letra" porque o importante era a vida.
O ortopedista explicou que está é a prioridade e por isso haverá a cirurgia. "Pelo menos quatro centímetros de osso serão retirados amanhã. Vou tirar um pedaço do osso que não está viável, que pode ter infecção. Se definirmos que mesmo com o curativo e tirando esse pedaço ainda esteja aumentando a necrose, vamos aumentar a amputação um pouco mais", afirmou Sognali.
Para fazer a revisão que constatou a infecção, Follmann foi sedado e assim foi mantido. O ortopedista explicou que esta medida precisaria ser repetida na quarta, quando haverá a amputação e uma intervenção na coluna, por isso optou-se por manter o paciente sedado. Mas Sognali ressalta que não é um sinal de regressão na recuperação.
O boletim médico divulgado na Colômbia também trouxe notícias boas. Alan Ruschel e Rafael Henzel deixaram o leito e sentaram na poltrona. Alan, inclusive, deu alguns passos com sucesso e pode deixar a UTI em 24h. Este passo é importante porque a partir dele se pode começar a planejar uma transferência para o Brasil.
"Ontem o Alan sentou e hoje trocou alguns passos. É o que está em melhor estado, mas ainda na UTI. Nós estamos estudando possibilidade de tirá-lo para o quarto em 24h", afirmou Sognali.
A respeito de Rafael, o médico declarou que ele apresentou pequena elevação de temperatura (febre) e tem uma fratura no pé direito, que precisará ser corrigida com intervenção cirúrgica. Mas o principal é que a pneumonia está controlada.
Neto, último a ser resgatado após o acidente aéreo em La Unión, segue sendo o paciente que inspira mais cuidados. Ele está em coma induzido e uma pneumonia preocupa. O médico Edson Stakonski contou que ele reagiu bem nas últimas 12 horas, mas ainda está no estágio em que o foco é a sobrevivência.
Durante a coletiva ocorrida depois da divulgação do boletim, os médicos explicaram que o principal desafio agora são as infecções. Este problema é esperado para pacientes que sofreram traumas tão grandes. A primeira fase era garantir a sobrevivência.
Após exposição inicial da equipe médica que acompanha os pacientes, o médico Edson Stakonski, detalhou caso a caso o quadro clínico de cada paciente.
Jackson Follmann
"Ontem à tarde foi feita uma revisão na ferida operatória, na região da amputação, foi encontrada uma infecção, por isso ele passou por um processo cirúrgico e voltou para a UTI em ventilação mecânica. Mas por que voltou em ventilação mecânica? Porque tem uma lesão na região cervical e como ele vai fazer uma nova intervenção amanhã, a ideia de entubar, extubar, entubar, extubar, a gente acha que aumenta o risco de lesão", afirmou Stakonski.
Rafael Henzel
"O Rafael está estável, está bem, ventilando bem, está com a pneumonia sob controle, ele tem alguns picos de temperatura, segue sob vigilância."
Alan Ruschel
"O Alan está bem, sem sinal de infecção, as coisas estão evoluindo bem, vamos ver como ele evolui nas próximas 24h."
Neto
"O Neto continua em ventilação mecânica, sedado, a gente evidenciou que ele tem uma pneumonia em cima da contusão [infecção pulmonar], mas nas ultimas 12h ele está bem mais estável, as coisas estão evoluindo, mas ainda inspira bastante cuidado."
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