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Discurso da Chape contra imunidade à queda assusta times que fizeram ofício

Ivan Tozzo, presidente da Chapecoense, foi contra a ajuda - Bruno Freitas/UOL
Ivan Tozzo, presidente da Chapecoense, foi contra a ajuda Imagem: Bruno Freitas/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em Chapecó (SC)

08/12/2016 06h00

A atitude de Ivan Tozzo, presidente da Chapecoense, de chamar de “grande besteira” o projeto que não permitiria o rebaixamento da equipe nos próximos três anos pegou os organizadores da iniciativa de surpresa.

Ao UOL Esporte, os clubes envolvidos no ofício relataram não entender o discurso do cartola, especialmente pelo departamento jurídico da equipe de Santa Catarina estar participando ativamente das conversas ao lado de Palmeiras, Santos, São Paulo, Joinville, Fluminense, Coritiba, Internacional, e Atlético-MG. O Corinthians também assinaria o documento caso a atitude fosse levada à frente.

A ideia nasceu horas depois do acidente e serviria para dar tempo à Chapecoense para reconstruir uma equipe. O time de Chapecó é o mais jovem da Série A e o que menos recebe de patrocínios e direitos de transmissão.

Em um primeiro momento, a diretoria da Chapecoense havia se mostrado favorável à ideia, mas foi persuadida pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a desistir e até a discursar contra.

Após o acidente, clube e federação conversaram bastante e passaram a afinar as ideias. Não foram poucas as vezes em que Tozzo elogiou Marco Polo Del Nero e a CBF.

Depois de dias de conversa, a entidade se comprometeu a ajudar o clube com R$ 5 milhões, além de organizar um amistoso entre a seleção brasileira e a colombiana que teria seus fundos revertidos para as famílias das vítimas.

O anúncio da ajuda, aliás, ocorreu no mesmo dia em que Tozzo usou os microfones para vociferar contra a ideia.

“Isso não veio da CBF, não veio de ninguém oficial. A gente acha que isso é uma grande de uma besteira. Não existe. Quer a vaga? Joga no campo e garante. Eu posso te dar certeza que não existe essa regra", afirmou na entrevista.

Poucas horas depois, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, mostrou afinação com o discurso e disse no programa Bem Amigos, do Sportv, que a atitude daria à Chapecoense um aspecto de “café com leite”.

A principal preocupação da CBF, inclusive na hora das homenagens à equipe de Santa Catarina, tem sido com qualquer atitude que dê margem para o campeonato ter interferência dos tribunais.

Ainda assim, como mostrou o Blog do Rodrigo Mattos, os clubes teriam autonomia para validar tal formato caso optassem por isso.