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Goleiro segura o ar antes de pousar, mas chega a São Paulo sem susto

follmann - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

13/12/2016 01h39Atualizada em 13/12/2016 10h27

O goleiro da Chapecoense Jackson Follmann, primeiro sobrevivente do acidente de avião a retornar ao Brasil, chegou à 1h20 ao hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passará por uma cirurgia na coluna vertebral e por ao menos outra na perna esquerda. Na Colômbia, ele já havia amputado uma parte da perna direita.

O jogador foi transportado desde Medellín em um avião-UTI e chegou ao hospital em uma ambulância. Em uma entrevista à imprensa na porta do Albert Einstein, o médico da Chapecoense Marcos André Sonagli se mostrou otimista quanto a sua recuperação e deu detalhes do estado de espírito do goleiro após entrar em um avião mais uma vez.

"Voltar pra casa é o que a gente sempre quer. O toque do avião no solo, eu falei pro comandante brincando, parece que ele lambeu a pista. O toque foi bem suave para transformar essa experiência na mais saudável possível", disse o ortopedista.

Questionado sobre como era a expressão do goleiro no momento do pouso, o médico disse que ele pareceu se sentir muito aliviado. “Ele não tinha expressão, a única coisa que eu vi foi que ele soltou o ar. Ele estava segurando na hora do pouso, quando pousou ele soltou um pouco o ar. Sem dúvida é uma sensação de alívio."

O médico disse que a amputação na perna direita do goleiro foi em uma área que lhe permitirá usar prótese de maneira bastante adequada. "O termo técnico que usamos é 'nível ótimo de perna'", afirmou o ortopedista, apontando a própria perna na altura da canela para ilustrar o corte. "A articulação no joelho está preservada."

Follmann, de 24 anos, passará por uma cirurgia na segunda vértebra cervical e "uma ou duas na perna esquerda", informou o médico. Os movimentos dos braços e das pernas, porém, estão sem limitações. Ainda não há uma previsão do tempo que o goleiro permanecerá em São Paulo e nem quando exatamente serão feitas as cirurgias.

“Estar dentro do Brasil, mais perto de casa, dá um ânimo maior”, disse Marcos Sonagli. “Ele está mais feliz e isso vai ajudar na recuperação.”

Sobreviventes são esperados em Chapecó na terça à noite

Outros dois sobreviventes do acidente, que matou 71 pessoas no final de novembro, devem chegar ao Brasil na noite desta terça (13). O lateral Alan Ruschell e o jornalista Rafael Henzel têm a situação mais estável entre os sobreviventes ainda internados e têm previsão de chegada a Chapecó às 21 horas (de Brasília). Eles ficarão por mais uns dois ou três dias sob observação em um hospital da cidade e depois devem ganhar alta, disse o médico.

 "A Unimed fará a recepção no aeroporto com duas ambulâncias-UTI com equipes médica e técnica. Por expressa recomendação médica, os dois pacientes não falarão com a imprensa na chegada ao aeroporto Serafim Bertaso. Os pacientes ficarão em quartos de Isolamento no Setor C do Hospital Unimed Chapecó. O atendimento a Rafael e Alan inclui clínica médica, cirurgia torácica, infectologista, ortopedista e equipe multiprofissional", informou a assessoria da Unimed.

O zagueiro Neto permanece na Colômbia, sem previsão de retorno.