Jornal do AM se retrata após manchete polêmica sobre seleção feminina

O jornal Manaus Hoje publicou em meia página uma retração por causa da manchete de segunda-feira "Meninas dão de quatro", que trazia um relato da goleada da seleção brasileira feminina de futebol sobre a Rússia por 4 a 0 na tarde de domingo.

A edição desta terça-feira traz um texto admitindo o excesso e classificando o título como um "erro lamentável". No lugar reservado a foto, a publicação coloca uma capa da edição do dia 8 de março de 2016 (Dia internacional da Mulher) na qual trazia diversas histórias sobre mulheres amazonenzes.

"A edição de segunda-feira do jornal MANAUS HOJE , na página 22, cometeu um erro lamentável de edição. Ao manchetar na página “MENINAS DÃO DE QUATRO”, o MH saiu da linha editorial recomendável e deu uma pisada na bola com a seleção feminina e, por tabela, com todas as mulheres de dentro e de fora do esporte", diz o início do texto desta terça.

"Hoje usamos nosso espaço para pedir desculpas pelo erro, cientes de que uma avaliação interna não nos deixou dúvida do erro e da necessidade contínua de pensar o exercício da profissão. Também gostaríamos de lembrar que em vários momentos ao longo do ano trabalhamos para valorizar e reconhecer o papel feminino na sociedade. No dia 8 de março deste ano o MANAUS HOJE foi o único jornal da cidade a dedicar uma edição especial às mulheres, prova de que nosso trabalho é pautado também pelos direitos e valores delas", prossegue.

Aproveitamos também para ressaltar que recebemos as mensagens de protesto de leitores, que servem de base para nossa reflexão. Todos os dias tentamos levar
o melhor jornal possível às ruas, o que não nos livra da possibilidade de cometer erros, pelos mais variados motivos e das mais variadas formas. Desta forma cabe à redação do MANAUS HOJE reconhecer a falha e trabalhar para que ela não se repita. Mais uma vez, pedimos desculpas às meninas da seleção, às mulheres e a todos que se sentiram ofendidos com a infeliz chamada. Repetindo a manchete do jornal do dia 8 de março, sem vocês, mulheres, nós não somos nada", completa o jornal.