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Infantino defende árbitro de vídeo: "jogadores gastam mais tempo no chão"

Viktor Kassai revisa lance pelo recurso de vídeo no jogo entre Kashima e Atlético Nacional - Toshifumi Kitamura/AFP
Viktor Kassai revisa lance pelo recurso de vídeo no jogo entre Kashima e Atlético Nacional Imagem: Toshifumi Kitamura/AFP

Do UOL, em São Paulo

17/12/2016 07h26

A polêmica causada pelo árbitro assistente de vídeo forçou a Fifa a convocar uma entrevista coletiva neste sábado para esclarecer o uso da ferramenta no Mundial de Clubes. O presidente Gianni Infantino, o diretor geral de desenvolvimento técnico Marco Van Basten e o presidente do comitê de arbitragem, Massimo Busacca defenderam o uso da tecnologia no futebol, mas admitiram que a implementação dela precisa melhorar após lances confusos nos jogos entre Real Madrid x América do México e Atlético Nacional x Kashima Antlers.

"O que é um minuto no futebol se você pode perder um Mundial por um erro do árbitro? No campo se perde mais tempo quando os jogadores caem no chão ou quando se preparam para bater uma falta. Se perde mais tempo nisso do que ao revisar uma imagem. 30 segundos, um minuto... trabalharemos para que seja menos, mas se ajuda ao árbitro a tomar a decisão correta, não importa o quanto demore", comentou Infantino.

A crítica da demora na análise dos vídeos foi um dos pontos discutidos na entrevista. Nos dois casos desta semana, o pênalti marcado a favor do Kashima Antlers foi o que protagonizou a maior diferença de tempo entre a ocorrência e a marcação da arbitragem - o jogo continuou normalmente por mais de um minuto até o húngaro Viktor Kassai apontar o centro da área do Atlético Nacional sinalizando a penalidade. Ex-árbitro, o suíço Massimo Busacca concordou com Infantino.

"Nos dizem que 20 segundos é muito. Mas às vezes uma cobrança de escanteio ou um jogador se levantar após uma falta atrasa um minuto. Perde-se muito tempo em outras coisas, que problema existe se se atrasa um minuto ou mais para evitar cometer erros que condicionam o resultado de um jogo?”, questionou.

“Os mais velhos dessa sala talvez se lembrem de quando começaram as conversas sobre usar ou não o vídeo no futebol. Já são 50 anos pedindo isso. E a Fifa foi criticada todos os anos por recusar. Finalmente decidimos estudar, aprovar e passar de palavras a feitos. Eu era o primeiro cético, mas sem não se testa, não se pode saber se vai funcionar ou não”, completou Infantino. O dirigente também rebateu as críticas do croata Luka Modric, que reclamou da ferramenta.

"Estou certo de que o senhor Modric estará mais contente a próxima vez se o vídeo permitir corrigir um erro que o faria perder um jogo", disse. 

Van Basten assumiu que houve um erro de comunicação na partida do Real Madrid que motivou a irritação do meio-campista. "Ele fez essas declarações porque não sabia o que tinha acontecido. Houve um erro de comunicação", opinou.

O árbitro de vídeo terá seu próximo teste neste domingo, no Estádio Internacional de Yokohama, na disputa de terceiro lugar entre América do México e Atlético Nacional, às 5h (de Brasília), e do título entre Real Madrid e Kashima Antlers, às 8h30.