Henzel quer narrar jogo da Chapecoense e planeja volta ao trabalho
O jornalista Rafael Henzel, um dos seis sobreviventes da tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense, deverá deixar o hospital em Chapecó na tarde desta segunda-feira. Em entrevista coletiva pela manhã, ele falou que se precisasse, ficaria mais tempo internado.
“Se precisasse ficar uma semana mais no hospital ficaria, porque quero ficar 100%. Estamos ganhando jogo até os 45 minutos do segundo tempo. Não podemos fraquejar”, falou.
Apesar disso, Rafael Henzel já tem data para voltar ao seu trabalho. Ele ainda revelou um desejo para o seu retorno.
“Estou feliz mas se tivesse que ficar mais uma semana estaria. Quero voltar a trabalhar dia 9 e dia 25 quero narrar Joinville e Chapecoense”, completou.
A partida entre Joinville e Chapecoense acontecerá no dia 25 de janeiro. A partida é a estreia do time de Chapecó na Primeira liga.
Veja mais trechos da entrevista:
Sonho interrompido
Todos tínhamos sonho que era chegar a Medellín fazer grande jogo e mobilizar cidade toda para ir à Coritiba no dia 7. Sonho que foi interrompido. Para seis pessoas foi período de muita luta, não foi fácil. Ficamos em um país que tinha estrutura razoável para nos atender. Quero agradecer de coração aos doutores Stakonski, Mendonça, Sonagli.
Tratamento igual
Depois do acidente, eu era o único que não era atleta e no fundo você pensa que tratamento poderia ser diferente. Você não faz parte do grupo da Associação Chapecoense. Eles fizeram questão de dizer que eu estava com eles e isso me deu tranquilidade.
Resgate
Logo depois que fui retirado onde estava preso a galho de árvore, eu achava que depois de 3 dias estaria em casa. E aí me centraram e disseram: 'não é assim não'. Entendi o processo e começou a cicatrização e desacelerei. Todo jornalista é acelerado. Quando entendi que tinha de desacelerar e médicos estavam para ajudar eu comecei a entender o tratamento. Aí pude me recuperar.
Troca de lugares
Troquei quatro vezes de lugar porque tem uma hora que voo ficava chato. Minha mochila estava na 3 e falaram que lugar da imprensa ia atrás. Até que sentei com Djalma (Araújo, vítima do acidente). Renan (Agnolin, vítima do acidente) sentou ali porque comissário disse que Messi tinha sentado ali.
Hora do acidente
Nos acomodamos até apagar luzes e turbina. Achava que o pior tinha passado e que ele ia retomar os motores. Não imaginava. A gente perguntava para o comissário e falavam, dez minutos, dez minutos, dez minutos. E por dez minutos perdemos 71 pessoas.
Batida
Não tive pesadelos. Falei muito sobre isso. Perguntavam no hospital. Você vai falando e naturalizando. Quando acordei, levei susto. Avião não caiu, ele bateu. Não despressurizou, não caíram máscaras. Fiquei na parte de cima e o avião foi descendo a ribanceira.
Hora que acordou
Despertei vendo luzes, Renan à minha direita e Djalma à esquerda. Chamei e nada. Mas não tinha noção do que tinha acontecido. Meu banco ficou intacto. Fiquei preso pelo cinto, como se algo me segurasse. Foi milagre.
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