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Chape estreia com derrota na Copinha em jogo de faixas e minuto de aplausos

Luiza Oliveira

Do UOL, em Porto Feliz (SP)

03/01/2017 15h46

A Chapecoense entrou em campo pela primeira vez após a tragédia aérea na Colômbia nesta terça-feira (3), contra o Nova Iguaçu, na estreia da equipe na Copa São Paulo de Futebol Júnior. 

A Chape acabou derrotada por 2 a 0, com dois gols de Natan, destaque do Nova Iguaçu e melhor jogador em campo. Além disso, a partida ficou marcada por diversas homenagens.

As duas equipes entraram em campo com faixas. Enquanto os jogadores da Chape carregaram a mensagem “Somos mais que 11. Somos todos Chapecoense”, os atletas do Nova Iguaçu entraram com os dizeres “Somos o recomeço. #ForçaChape”.

Houve também um minuto de aplausos e os torcedores presentes no estádio em Porto Feliz, a 112 km de São Paulo, entoaram cânticos como o já famoso "Vamos, vamos Chape".

"É uma honra estar representando eles [as vítimas da tragédia] aqui. Tive bastante convívio com eles. Damos nossa vida para representá-los bem. Só me emocionei na parte quando teve homenagem. Dentro de campo só queríamos honrá-los", afirmou o jogador Guilherme Pessoa. 

"Esses últimos meses foram difíceis, mas a gente veio bastante concentrado para a Copinha. No decorrer do jogo não pensei na tragédia, mas foi bastante emocionante no começo. O pessoal gritando 'Chape'. Deixei acontecer a emoção, mas o foco era só na partida mesmo. Bastante bacana ver reconhecimento da torcida, ajuda bastante o nosso grupo", acrescentou o goleiro Tiepo.

Para o técnico Emerson Cris, porém, esse contexto atrapalhou um pouco os jovens da Chapecoense, que desperdiçaram ao menos três boas chances de gol. 

"A gente vai ter que tentar trabalhar mais ainda na cabeça deles. Esse é o primeiro jogo da Chapecoense após a tragédia. A gente tem que saber assimilar tudo o que está acontecendo. Está tudo ainda voltado para a Chapecoense, tem que continuar esse trabalho equilibrado nesse momento para que não prejudique esses meninos. São muito jovens para tudo isso que estão vivendo, não tem jogador que passou por isso no mundo, e isso se refletiu nesses jovens. A gente tenta fugir do assunto, mas no hino já tinha faixa, vem à tona toda imagem", afirmou 

Perguntado se a pressão da torcida a favor atrapalhou, Emerson admitiu que sim, mas que continuará trabalhando a questão para não atrapalhar o elenco de jovens. 

"Eu acho que de certa forma sim, chega um momento que está atrapalhando. São meninos muito jovens e que estão carregando peso nas costas muito grandes. Já têm responsabilidade natural pelo sonho. Uma competição muito difícil e mais essa situação, é muita coisa. Com certeza, se fosse situação normal não tinha metade de gente que tem aqui. Não teria faixas, homenagens, seria situação comum. Mas a gente é sabedor disso, agora é tentar de alguma forma que esses meninos consigam enfrentar a situação, assimilar a situação e sair disso."

A Chapecoense está no grupo 14 da Copinha, que este ano tem número recorde de 120 times. A equipe de Chapecó volta a campo contra o Sampaio Corrêa-MA, na próxima quinta (5), e encerra a participação na fase de grupos contra o Desportivo Brasil, no sábado (7).

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