Como o Corinthians perdeu promessa para o SP após um tuíte sobre Kaká
Autor de dois gols na vitória por 6 a 0 do São Paulo sobre o Genus-RO, na noite de terça-feira, o garoto Matheus Frizzo era coadjuvante na base do Corinthians até pouco tempo atrás. Dispensado no começo de 2015, ele se tornou um dos destaques tricolores para a disputa da Copa São Paulo, que teve início há dois dias.
Para os dirigentes corintianos da época, a dispensa de Frizzo não foi um erro. Já para os então responsáveis pela base do São Paulo, contratar a promessa foi considerado um 'chapéu' no rival. Fato é que a saída do meia nascido em 1998 ficou marcado por um tuíte no Corinthians: "Quero muito ir na estreia do Kaká no Morumba ver meu Tricolor e ainda meu ídolo", postou em julho de 2014.
A dispensa de Frizzo, em meio a outros garotos, foi definida com a participação de diversos dirigentes e responsáveis pela área técnica do Corinthians. Mas, diferentemente do que ficou marcado, o principal ponto foi técnico, assegura quem tomou a decisão. Afinal, embora tenha feito a postagem em julho daquele ano, o meia só foi liberado no início da temporada seguinte.
Frizzo, à época, havia passado boa parte do ano de 2014 no banco de reservas dos juvenis. No Campeonato Paulista Sub-17, fez 12 partidas e nenhum gol foi marcado. Para um jogador no primeiro ano da categoria, o fato era até normal, mas já havia ocorrido também no ano anterior, entre os infantis. Além disso, o estafe do garoto condicionou sua permanência para o ano seguinte à assinatura de um contrato profissional, o que o Corinthians se recusou a dar. Ainda assim, é real a história de que o tuíte sobre Kaká criou um desgaste que ajudou em sua saída do Parque São Jorge.
Frizzo chega ao São Paulo e muda de posição - e de realidade
O São Paulo, então, entrou na parada e cumpriu aquilo que o garoto esperava. Sem alarde, dirigentes tricolores conseguiram um acerto com Frizzo menos de 24 horas depois de sua rescisão no Corinthians. Ao saberem que o jogador havia acertado com um rival, os corintianos ainda tentaram dificultar a liberação do jogador, mas já era tarde.
Para os tricolores, esse era o acordo que permitiria às divisões de base são-paulinas receberem um talento que despontaria logo depois. Muitas vezes lateral esquerdo ou volante no Parque São Jorge, Matheus Frizzo virou meia e deslanchou.
Primeiro, em 2015, como parte da equipe campeã paulista sub-17 diante do Santos. Depois, nos juniores, como um dos integrantes da equipe que ganhou praticamente tudo que disputou em 2016. Com a ida de Shaylon, outro meia de 18 anos, para os profissionais, Frizzo teve a chance de ser titular na Copa São Paulo e justificou a escolha do treinador André Jardine.
Ele, aliás, é um dos vários destaques dos juniores do São Paulo que chegaram de outras equipes. Shaylon e Júnior, promovidos, pertenciam à Chapecoense e Grêmio. Assim também foi com Matheus Lu (ex-Guarani), Heron (ex-Desportiva Ferroviária), Geovani (Vitória), Marquinhos Cipriano (ex-Desportivo Brasil) e Lucas Perri (ex-Ponte Preta), entre outros.
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