Topo

Em um mês, Nobre é tratado no Conselho como principal opositor no Palmeiras

Paulo Nobre e Cuca conversam com Maurício Galiotte, cotado para assumir o Palmeiras após saída do atual presidente - Cesar Grego/Ag. Palmeiras
Paulo Nobre e Cuca conversam com Maurício Galiotte, cotado para assumir o Palmeiras após saída do atual presidente Imagem: Cesar Grego/Ag. Palmeiras

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

17/01/2017 13h14

Um mês depois de deixar o comando do Palmeiras, Paulo Nobre já é tratado como o principal opositor de Maurício Galiotte pela maioria dos membros do Conselho Deliberativo. O rompimento com o ex-mandatário, no entanto, ainda não tira a governabilidade do atual presidente.

Isso porque Nobre tem recebido duras críticas por ter demorado a agir no chamado "caso Crefisa". É esse o argumento que tem segurado a base de sustentação política de Galiotte.

Nobre saberia da suposta irregularidade na candidatura de Leila Pereira, dona da patrocinadora, muito antes de deixar o comando, mas optou por tentar impugnar a candidatura dela ao Conselho como último ato de gestão, deixando a "bomba" nas mãos de Galiotte.

Nobre ainda teria postergado a tentativa de impugnação para evitar problemas políticos e financeiros. Se tomasse a atitude enquanto presidente, perderia totalmente o apoio de Mustafá Contursi. O ex-presidente dos anos 1990 é padrinho de candidatura de Leila e ainda é líder do maior grupo de conselheiros, sem contar a influência que tem no COF (Conselho de Orientação e Fiscalização).

Financeiramente, o Palmeiras ainda correria o risco de perder o importante aporte financeiro, que pode chegar perto da casa dos R$ 100 milhões em 2017.

É isso o que informam conselheiros de diferentes grupos políticos. A reportagem conversou com pessoas da UVB, grupo liderado por Wlademir Pescarmona, do Palmeiras Forte, de Mustafá Contursi, e até mesmo de conselheiros que começam a estreitar os laços com Galiotte.

Nobre tem adotado a postura de não comentar a polêmica. Seus aliados também evitam admitir até mesmo o rompimento. Galiotte não quis dar declarações públicas.

Há ainda outros pontos de divergência, como mostrou a Folha de S. Paulo. Nobre gostaria de ter se tornado homem forte do futebol ao deixar a presidência, mas foi vetado. Galiotte alegou que o veto aconteceria a qualquer um que não é profissional, mantendo a política que deu certo nos últimos dois anos, com apenas Alexandre Mattos mexendo no futebol.

Apesar do rompimento meramente político com o antecessor, Mauricio Galiotte ainda trabalha com diretores da Era Nobre. Dentro do executivo, por exemplo, Genaro Marino (1º vice), Antonino Jesse Ribeiro (2º vice) e Victor Fruges (3º vice) são remanescentes das duas gestões passadas.