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Argentino assumiu time inglês sem falar idioma e hoje é vice-líder no país

Pochettino chegou ao futebol inglês como treinador em 2013 - Michael Steele/Getty Images
Pochettino chegou ao futebol inglês como treinador em 2013 Imagem: Michael Steele/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/01/2017 04h00

Mauricio Pochettino hoje é técnico do Tottenham, atual vice-líder do Campeonato Inglês. No entanto, quando chegou ao país para assinar com o Southampton, em 2013, o argentino mal falava inglês. Na verdade, segundo ele, não falava nada, a ponto de sua mulher e seus filhos o ajudarem com o básico do básico em seu início de trabalho.

"Um dia antes de eu viajar, eles fizeram uma lista de como se dizia trave, árbitro, bola, passe. E assim comecei. Não sabia absolutamente nada. Depois percebi como eu falava coisas estúpidas. Mas até hoje tenho dificuldades e preciso seguir melhorando", contou o treinador ao La Nación.

Isso aconteceu em janeiro de 2013, no meio da temporada europeia. O Southampton flertava com a zona de rebaixamento do Inglês. Aos poucos, os resultados começaram a acontecer, e o treinador conseguiu garantir a permanência na elite com uma rodada de antecedência.

Um feito para quem tinha só 41 anos, quatro como treinador e havia acabado de chegar à Inglaterra após treinar o Espanyol por três temporadas, sua única experiência na função em um time profissional.

O Espanyol, inclusive, foi o time que ele defendeu por mais tempo na época de jogador (seis temporadas). Ao encerrar a carreira na equipe catalã, descobriu que vivia em uma realidade mentirosa e paralela, em sua opinião: a de que os jogadores de futebol estão acima do bem e do mal.

"Quando nós jogadores estamos em alta achamos que sabemos de tudo. Essa soberba nos deixa ignorantes, e digo isso com todo respeito, porque eu me sentia assim. É só depois que chega a dura realidade", analisou Pochettino.

Foi esse choque que o levou a estudar gestão de empresas ao pendurar as chuteiras. "Tive curiosidade de ver o mundo real. Foi um ano maravilhoso. Eu não era o jogador de futebol: tinha que ir a aulas, fazer trabalhos e estudar como todo mundo. Isso me ajudou a compreender melhor a sociedade".