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Emprestado pelo São Paulo, Hudson quer retribuir apoio de Mano no Cruzeiro

Cão de guarda chega ao Cruzeiro com o aval do técnico Mano, que pediu sua contratação - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Cão de guarda chega ao Cruzeiro com o aval do técnico Mano, que pediu sua contratação Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Enrico Bruno e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

07/02/2017 04h00

Na semana passada, o volante Hudson ganhou seus primeiros 45 minutos com a camisa do Cruzeiro. A estreia aconteceu contra ninguém menos que o rival Atlético-MG, pela Primeira Liga, mas foi tirada de letra pelo jogador, que não sentiu o peso do clássico e mostrou segurança para substituir o atual capitão Henrique.

No último final de semana, mais 80 minutos em campo, desta vez contra o Tricordiano, pelo Campeonato Mineiro. Aos 29 anos, Hudson vive seus primeiros meses em busca de um lugar ao sol no concorrido meio-campo do Cruzeiro. Contratado com o aval do técnico Mano, o jogador conversou com o UOL Esporte sobre o início promissor como Menino da Vila, a oportunidade que mudou sua carreira no São Paulo e o novo desafio de retribuir a confiança em sua nova equipe.

Hudson é natural de Juiz de Fora, em Minas Gerais, mas o clube que o projetou para o futebol profissional foi o Santos. Aos 19 anos, o ainda garoto já fazia parte daquele time que chamava atenção com Paulo Henrique Ganso.

"Foi uma das melhores épocas da minha carreira, tive uma estreia muito elogiada pelo treinador, Emerson Leão, e foi quando eu realmente percebi o que o futebol podia proporcionar e fazer um atleta vivenciar. Aprendi muito nessa época, o time era muito experiente e acredito que apesar de ter feito poucos jogos, mas ter ido para praticamente todos no ano, foi uma experiência que valeu pro restante da minha carreira. O Ganso já era um gênio desde a base, foi questão de tempo para que ele demonstrasse o potencial dele no profissional também. Torço muito por ele na Europa", contou.

Porém, o caminho até se firmar não foi lá tão fácil. Ainda no Santos, Hudson rodou o Brasil, foi emprestado e repassado a vários outros clubes, o que o levou a repensar sobre a carreira e cogitar uma aposentadoria precoce. "Hoje enxergo muitas coisas de maneira diferente, mas pensei em parar de jogar algumas vezes, por atraso de salários, por dificuldades de estrutura e de ficar longe dos familiares".

A mudança de chave aconteceu em 2014. Durante oito meses, Hudson foi "testado" no São Paulo, mas correspondeu à altura e firmou um novo contrato mais longo, permanecendo no clube até o final do ano passado. Oportunidade que o jogador nunca mais irá esquecer.

Volante Hudson - Rubens Chiri/SPFC.net - Rubens Chiri/SPFC.net
Imagem: Rubens Chiri/SPFC.net

"Antes de fechar no São Paulo, tive proposta de outros dois clubes por um contrato de três anos. Mas eu preferi os oito meses no São Paulo porque sabia que poderia mudar minha vida. Cheguei como opção, fiz alguns jogos como volante, mas me firmei mesmo improvisado como lateral, pelo Milton Cruz e Muricy Ramalho. Aí renovei e no ano de 2015 já tive mais oportunidades, como volante. E em 2016 foi meu melhor ano no clube, onde cheguei a ser firmado como capitão e a ganhar dois prêmios de melhor jogador da partida na Libertadores. Foi o clube em que fiquei mais tempo profissionalmente, que me projetou de volta ao topo do cenário do futebol. Então minha gratidão pelo São Paulo é eterna", acrescenta.

A eficiência nos desarmes, o futebol aguerrido e voluntarioso chamaram a atenção de Mano Menezes. Escolhido a dedo pelo treinador, Hudson chega ao Cruzeiro com pelo menos outros cinco concorrentes no setor (Henrique, Ariel Cabral, Robinho, Lucas Romero e Lucas Silva), mas está ciente de que terá que trabalhar muito para corresponder às expectativas do professor e justificar o esforço da diretoria.

"Claro que ser contratado a pedido do treinador é bom pra sua chegada, mas não existe vantagem nenhuma, o Cruzeiro é muito bem servido de jogadores na posição. A competitividade e o nível de bons atletas na posição faz com que quem está jogando dê sempre o seu melhor e esteja sempre evoluindo. Vou procurar meu espaço aqui, minha história aqui, e o Mano é um cara inteligente, ele sabe que precisa de todos nos cinco campeonatos que disputaremos. Onde a maioria deles são jogados ao mesmo tempo. Então só quero fazer o meu melhor quando eu tiver a oportunidade e justificar minha contratação", concluiu.