Topo

Drogas e orgias com a máfia: atacante pôs policial na cadeia após chantagem

Quagliarella desabafou após fazer gol diante do Cagliari - Paolo Rattini/Getty Images
Quagliarella desabafou após fazer gol diante do Cagliari Imagem: Paolo Rattini/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

24/02/2017 04h00

Foram pelo menos cinco anos sem poder falar abertamente sobre o tema, mas na última semana o italiano Fabio Quagliarella, atacante que disputou a Copa de 2010, viu-se livre de uma chantagem que se arrastava havia tempos. Foi condenado à prisão um ex-policial que o ameaçava de divulgar histórias graves sobre ele, de participação em festas com drogas e orgias ao lado de mafiosos a caso de pedofilia.

Quagliarella sempre negou as informações, mas, a pedido da polícia, manteve tudo em segredo. Acusou o policial formalmente à Justiça e deixou as autoridades investigarem. O problema foi que a novela lhe causou até graves consequências no futebol.

Quando a chantagem começou, Quagliarella estava em seu início de passagem pelo Napoli. E o policial que o extorquia no início pedindo uniformes começou a mandar mensagens e informações graves ao presidente do Napoli, Aurelio De Laurentiis.

"Foi tudo muito duro, porque no início ele [De Laurentiis] me disse até para ir viver num hotel para ficar mais tranquilo e me ligava todo dia, mas depois parou de ter essa atenção e me dispensou", contou o atacante em entrevista à Sky Sports.

Resultado: depois de uma temporada no Napoli, Quagliarella foi emprestado à Juventus. Começou com muitos gols e, no ano seguinte, acabou assinando em definitivo com o time de Turim. O problema foi que a torcida do Napoli não sabia dos bastidores de sua saída e o considerou um traidor. Começaram as ameaças de morte.

"Eu e minha família não podíamos sair de casa, mas tínhamos que ficar calados porque havia uma investigação aberta. Sofri muito por ter que ir à Juve. Nunca teria saído de Nápoles, que considero minha casa, se não fosse por esse motivo", revelou o jogador.

Na última semana, um juiz condenou por difamação o policial chantagista, determinando quatro anos e oito meses de reclusão como pena. "Sofremos muito durante anos, mas a Justiça nos deu razão", comemorou Quagliarella, hoje com 34 anos e com contrato com a Sampdoria até 2019.