Topo

Jô supera vaias e desconfiança, mas vê Corinthians ainda sofrer no ataque

Jô contribuiu com gol para classificação do Corinthians na Copa do Brasil - GERO/ESTADÃO CONTEÚDO
Jô contribuiu com gol para classificação do Corinthians na Copa do Brasil Imagem: GERO/ESTADÃO CONTEÚDO

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

17/03/2017 12h00

A torcida não suspirou por ele e os valores do contrato foram motivo de questionamento. Mas, com trabalho, Jô mudou esse panorama em menos de dois meses na temporada. Autor do gol no empate contra o Luverdense, na noite de quinta-feira, pela Copa do Brasil, o centroavante voltou a dar demonstração da evolução que vive em 2017.

Atrás apenas do goleiro Cássio como jogador com mais partidas no ano, Jô desponta também como o atacante mais confiável do time que se caracteriza pela economia em balançar as redes até aqui. Ele tem quatro dos 13 gols anotados pelo Corinthians em 2017, mas contribui também em outras situações de jogo importantes.

No último fim de semana, por exemplo, o Corinthians evitou a derrota diante da Ponte Preta graças a gol de Léo Santos com assistência de Jô, perfeito no trabalho de pivô no lance no Estádio Moisés Lucarelli.

A qualidade e o aproveitamento dele nesse tipo de lance chamam a atenção da comissão técnica, que buscava um jogador com esse perfil desde a saída de Guerrero, em 2015. Desde então, três jogadores foram contratados para a posição: Lincom, que pouco atuou, Gustavo e André, ambos saíram sob muitas críticas. Jô vence muitas bolas pelo alto e protege bem dos defensores para que o time todo avance.

A novidade tática que ajuda Jô

Uma mudança também fortaleceu o centroavante, que chegou a ser barrado antes do clássico contra o Palmeiras - entrou no final, porém, e fez o gol da vitória. Com Rodriguinho mais adiantado, o que muda o desenho da equipe para o 4-2-3-1, as bolas escoradas por Jô passaram a ter melhor endereço.

"Ele está melhor fisicamente", pontuou Fábio Carille. "Já falei várias vezes que a última partida dele no ano passado foi em junho ou julho. Nós também mudamos a forma de jogar. Hoje jogamos com Rodriguinho mais próximo dele. A ideia foi ter Maycon com Gabriel para deixar Rodriguinho mais solto, para ficar perto do Jô", explicou.

Com outro jogador no banco de reservas com competência para a retenção de bola, que é Kazim, Carille também já se deu conta da alternativa que Jô pode oferecer. Se não funcionou bem pelo lado do campo em testes no começo do ano, ele se achou bem contra Mirassol e Ponte Preta para trabalhar pelo centro, atrás do centroavante. Nesses jogos, se movimentou e se dedicou demais, além de ajudar na criação.

Jô se vê em crescimento após vaias de torcedores

A evolução citada por Carille também corresponde com a avaliação do próprio Jô. "Eu estava um pouco distante (do melhor) porque estava muito tempo sem jogar. Os gols agora estão saindo, as coisas estão se encaixando e tento ajudar também correndo cada vez mais, trabalhando cada vez mais", disse o centroavante, que chegou a ser vaiado no começo de 2017.

"É um início em que os primeiros jogos foram difíceis. A torcida, com razão, tentava me incentivar de alguma maneira, alguns criticavam, mas fui trabalhando quietinho e as coisas foram evoluíram passo a passo. A parte física está melhor, os gols estão saindo e a confiança está crescendo. A torcida é o termômetro do jogador. O jogador que correr, se dedicar e o time mostrar resultados, a torcida lota o estádio, dá confiança e tudo muda", explicou.