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Palmeiras movido a salsa choke: trio 'gringo' se firma como fundamental

Música de Mina aproximou Borja desde a chegada ao Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Música de Mina aproximou Borja desde a chegada ao Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/03/2017 10h15

O Allianz Parque parou na noite da última quarta-feira no momento em que Yerry Mina encerrou a angústia dos mais de 38 mil palmeirenses. O gol que definiu a vitória por 1 a 0 da equipe alviverde sobre o Jorge Wilstermann-BOL antecedeu a dança do zagueiro colombiano. O ritmo salsa choke, que imediatamente surgiu na cabeça do defensor após a bola balançar as redes, tem embalado o elenco de Eduardo Baptista.

Mina iniciou a onda em 2016 e ganhou os reforços de Miguel Ángel Borja e Alejandro Guerra neste ano. Os três 'gringos' são inseparáveis no dia a dia da Academia de Futebol, e o zagueiro trata de criar o elo entre os dois ex-Atlético Nacional e o elenco.

Uma das armas de Mina se encontra na música. O carismático zagueiro usa o ritmo salsa choke, conhecido pelo venezuelano Guerra e Borja dos tempos de Colômbia, para acelerar a adaptação da dupla, que já assumiu vaga no time titular com o novo treinador. Até Felipe Melo já entrou na dança comandada por Mina.

"É boa, né? [risos aos jornalistas] E é só mover muito o esqueleto", recomendou o zagueiro, que já incorporou o bailado latino-americano junto aos companheiros - nem os mais experientes escapam.

"O Róger Guedes é quem dança a maioria. Às vezes falo com o Zé Roberto e com o Felipe Melo, com quem estava dançando outra vez. Já temos comemoração quando ele fizer um gol [Felipe Melo]. As pessoas vão se animando e ficando felizes; assim, fazemos as coisas bem", acrescentou Mina.

Mina Guerra dança - Cesar Greco/UOL Esporte - Cesar Greco/UOL Esporte
Guerra também entrou na onda do salsa choke
Imagem: Cesar Greco/UOL Esporte

"Sempre ensaiamos com os jogadores. Vamos trabalhar para fazer a dancinha, porque para nós é muito importante, demonstrando a alegria dessa família", ratificou o defensor.

O zagueiro, querido pelo elenco, também mostrou um lado solidário neste início de temporada. Guerra e Borja, hoje titulares com Eduardo Baptista, contaram com a ajuda de Mina para se adaptarem o mais rapidamente possível à rotina da capital paulista.

"Quando eles chegaram, eu falava: 'se precisarem de algo, podem contar comigo'. Sempre conversamos e sempre estamos juntos, até pelo idioma. Os jogadores aqui sempre vão fazer tudo pelo time", disse o zagueiro, antes de admitir outra função dentro das alamedas da Academia de Futebol, a de 'negociador'.

"Conhecia o Guerra, mas falei mais com o Borja; conversava com ele todos os dias, dizia que o time era bom e ia brigar por todos os campeonatos. Falava: 'Vem para cá, cara!'. Ele tomou uma boa decisão. Eu decidi vir para cá porque sempre via o Palmeiras, foi a melhor decisão que tomei na minha carreira", sentenciou o camisa 26.

A ajuda de Mina se reflete no campo. O trio de 'gringos' atuou junto nos dois últimos jogos da temporada, e o saldo se mostra extremamente positivo - apesar do sofrimento no confronto diante do Jorge Wilstermann-BOL, com o gol de Mina saindo aos 50min da etapa final.

Em duas partidas (São Paulo e Wilstermann), duas vitórias, com quatro gols anotados e nenhum sofrido. Destes últimos quatro gols, dois saíram dos pés do trio movido à 'salsa choke': Guerra fechou o 3 a 0 sobre o arquirrival, e Mina deu a vitória contra os bolivianos pela diferença mínima.

Borja, embora discreto nos dois últimos confrontos, também assumiu uma função importante dentro do elenco comandado por Eduardo Baptista, proporcional ao investimento da Crefisa para trazê-lo para o atual campeão nacional.

Principal contratação para este ano, o camisa 12 já soma dois gols na temporada, anotados logo nas primeiras exibições diante de Ferroviária e Red Bull-SP. Tanto ele quanto Guerra, graças a Mina, se sentem em casa; melhor para o Palmeiras, ciente cada vez mais da importância dos 'gringos' para o sucesso em 2017.