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Autuori elogia Tite e ataca Del Nero: "pensa que somos otários"

Paulo Autuori dispara contra Marco Polo Del Nero - Reprodução
Paulo Autuori dispara contra Marco Polo Del Nero Imagem: Reprodução

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/03/2017 04h00

O técnico do Atlético-PR, Paulo Autuori, se revoltou com o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, pela mudança no peso dos votos para as próximas eleições da CBF. Com a reforma do estatuto, as 27 federações passaram a ter um valor de voto único superior ao dos clubes da Série A, que por sua vez tem um peso superior aos da B, no grupo que forma o colégio eleitoral da confederação.

A mudança, em teoria, facilita uma possível reeleição para o atual presidente da confederação, substituto de José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar nos EUA após investigação do FBI. “Estou muito mais preocupado com o Del Nero... a possibilidade dele ficar até 2027. É um absurdo, um acinte, é acintoso, acintosa a maneira como a CBF faz as coisas”, disparou Autuori.

O técnico, duas vezes campeão da Libertadores (com Cruzeiro e São Paulo) e de larga rodagem internacional, fez questão de proteger das críticas o colega Tite: “Uma vez mais vamos separar o brilhante trabalho que o Tite e sua equipe têm feito, e ontem [quinta-feira 23/03, nos 4 a 1 sobre o Uruguai] foi mais uma prova disso, com o futebol brasileiro”, mas listou uma série do que considera equívocos da CBF e das federações locais, de quem se tornou crítico feroz publicamente desde a chegada ao Atlético, onde faz eco com o homem-forte do clube, Mario Celso Petraglia.

“Fez as coisas no dia de jogo. A vulgarização do futebol está nisso. No dia de jogo da seleção brasileira nós tivemos jogos do Campeonato Paulista, Fluminense x Botafogo... completamente tapados, público pequeno. Não avisou a imprensa que ia ter essa situação na CBF, deu mais poder às federações, que já tinham, e vem falar em democracia? Pô, ele pensa que nós somos otários, não é possível”, disparou, para em seguida lembrar que Del Nero não tem acompanhado a seleção nos jogos longe do Brasil: “Querer falar em democracia... o cara não pode nem sair do País, tem que sair, amigo. Você e sua turma tem que botar na cabeça que não dá mais. É um absurdo o que fazem com a CBF". 

Autuori prometeu seguir na militância contra o atual sistema. “Eu, da minha parte, vou continuar falando, e dizer: que aberração foi essa situação de dar peso 3 para as Federações, peso 2 para os de Série A e peso 1 para os da Série B. Se você somar todos os clubes então as federações vão sempre ganhar, ele vai ficar até 2027 e nós vamos ter que engolir isso aí. Isso é uma coisa problemática, irritante e tem que ter um fim.”