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Caso Victor Ramos: Internacional vê batalha 'além do âmbito nacional'

Victor Ramos atuando pelo Vitória ainda causa polêmica entre Internacional e CBF - Foto: Francisco Galvão/ Divulgação/ EC Vitória
Victor Ramos atuando pelo Vitória ainda causa polêmica entre Internacional e CBF Imagem: Foto: Francisco Galvão/ Divulgação/ EC Vitória

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

31/03/2017 12h36

A batalha entre Internacional e CBF no caso da suposta falsificação de documentos foi sublinhado pelo presidente do Inter, Marcelo Medeiros, em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (31). Segundo ele, o caso vai além do âmbito nacional e é maior do que está parecendo. 

Questionado sobre a nota emitida pelo STJD no fim da tarde de quinta-feira, que citava que os documentos utilizados pelo Internacional no 'caso Victor Ramos' foram adulterados, segundo apuraram empresas, Marcelo Medeiros levantou grande preocupação. 
 
"Os litígios que o Inter está mantendo extrapolam os limites do território nacional. A nota emitida pelo STJD nos preocupa muito e deve preocupar a todos os clubes brasileiros. O direito e a justiça desportiva, assim como a federal, a comum, a do trabalho, elas estão sobre a proteção de uma lei maior, que se chama Constituição Federal da República do Brasil. Na constituição há dois princípios básicos: o direito ao contraditório e o direito a ampla defesa. Na investigação promovida pelo procurador do STJD, aos advogados do Inter não foi possibilitado acesso ao processo. Não foi possibilitado exame, impugnação e quesito aos autos. Duas pessoas tinham sido convocadas para depoimentos, justificaram sua ausência e o natural é que se marque uma nova audiência. Não vivemos um regime de exceção e não podemos aceitar este tipo de conduta. O Inter volta a negar com veemência a falsidade dos documentos. O processo não está encerrado. Isso agride a sociedade", disse o mandatário. 
 
Segundo o presidente do Inter, o assunto deve ser encerrado. Depois da audiência que avalia a regularidade ou não da inscrição de Victor Ramos pelo Vitória no ano passado, marcada para terça-feira da semana que vem, na Suíça, tudo isso deve ser deixado para trás, mesmo que a defesa do clube siga ocorrendo. 
 
"Este assunto tem que ser encerrado pelo bem da normalidade e da segurança jurídica das competições. O Inter vai continuar na defesa de seus advogador porque isso diz respeito aos profissionais e dirigentes do clube. Mas a imagem do clube fica afetada. Mas preocupa, sim, e muito, como a investigação foi conduzida", explicou Medeiros. "O Inter quer apresentar provas, perícia, nós também temos e queremos apresentar. Parecer de juristas, olhar os autos. Ela pode ter um desdobramento até na OAB porque as prerrogativas são garantia no exercício da profissão. Temos que estar mais preocupados com a forma do que com as penas hipoteticamente aplicados ao clube", completou. 
 
Segundo Medeiros, não há chance de suspensão do clube em nenhuma hipótese, mas no máximo pagamento de multa. 
 

Audiência no CAS

A audiência na Corte Arbitral do Esporte não trata do mesmo tema. Enquanto o STJD analisa a veracidade ou não dos documentos juntados pelo Inter, na Europa se trata da inscrição correta ou não do zagueiro Victor Ramos em 2016. 
 
"Este assunto não está mais nas mãos do Inter, mas da CAS. Há uma audiência no dia 4, é uma audiência de instrução, com desdobramentos, um deles pode ser uma definição de rumo. Mas não entraremos na justiça comum porque não faremos nenhuma aventura. Não estamos fazendo uma cruzada contra os organizadores do futebol brasileiro. Fomos eleitos com processo em andamento onde o clube estava exercendo um direito. Sou advogado, se um cliente meu tem uma causa, jamais vou me sentir constrangido de recorrer a todas as instâncias do judiciário para defender os direitos dele. É para isso que serve o poder judiciário. Seja ele da natureza que for", finalizou.