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Muitos rubro-negros na torcida do Boa Esporte para ver o ídolo Bruno

Acompanhado do filho e dos sobrinhos, o agricultor Roberto Martins foi ver a estreia do goleiro Bruno, pelo Boa Esporte - Victor Martins/UOL Esporte
Acompanhado do filho e dos sobrinhos, o agricultor Roberto Martins foi ver a estreia do goleiro Bruno, pelo Boa Esporte Imagem: Victor Martins/UOL Esporte

Victor Martins

Do UOL, em Varginha

08/04/2017 17h57

Goleiro do Flamengo campeão do Brasileiro de 2009, Bruno teve uma ótima passagem pela equipe da Gávea, até ser preso pelo sumiço de Eliza Samúdio. Mesmo sete anos depois do último jogo com a camisa rubro-negra e condenado a 22 anos e 3 meses de prisão por assassinato e ocultação de cadáver, Bruno segue com o status de ídolo para muita gente.

O que ficou nítido durante a entrada do Boa Esporte em campo. O goleiro foi o único jogador da equipe de Varginha que teve o nome gritado pela torcida, que compareceu em bom número ao Estádio Melão, em comparação com a média de 640 pagantes nas partidas do time pelo Módulo 2 do Campeonato Mineiro.

Com a escalação confirmada de um jogador que ficou sete anos na prisão, muita gente que não tem o hábito de acompanhar os jogos do Boa Esporte foi ao estádio. A quantidade de camisas dos grandes clubes do país se destacava em relação aos torcedores que estavam trajados com o uniforme do próprio Boa Esporte.

Atlético-MG, Cruzeiro, Corinthians, Santos, Botafogo, Fluminense e Vasco. Mas dois clubes com ainda mais destaque, casos de Flamengo e São Paulo. A grande quantidade de rubro-negros tinha uma explicação: o reencontro com o ídolo Bruno.

O agricultor Roberto Martins é o melhor exemplo disso. Acompanhado do filho Renê e dos sobrinhos Jonh Hebert e Luís Felipe, todos com menos de 12 anos, o torcedor do Flamengo estava no Estádio Dilzon Melo para acompanhar a estreia de Bruno, a pedido das crianças. “Viemos ver o jogo. Gostamos muito de futebol e os meninos adoram o Bruno”, explicou ao UOL Esporte.

Um assassino condenado - livre por um habeas corpus - ser ídolo de crianças não seria um mau exemplo para elas? A reposta é não para Roberto Martins, que prefere deixar o passado de Bruno de lado para analisar apenas o momento, o retorno aos gramados.

“Ele precisa trabalhar e está aqui para jogar. Estamos aqui para ver o futebol, não o passado do Bruno. Não temos de julgar o que ele fez lá atrás. Aliás, quem somos nós para julgar alguém? Não sabemos o dia de amanhã”, completou o rubro-negro, que vestia uma camisa pirata do Flamengo, com o número 35 e o nome de Diego, seu atual ídolo no elenco da equipe carioca.

E foi com esse clima que Bruno entrou em campo. De muito apoio e incentivo dos torcedores do Boa Esporte. Além de ter o nome gritado por boa parte dos presentes no Estádio Melão, Bruno subiu para o gramado acompanhado de muitas crianças, todos tendo no camisa 1 do Boa Esporte um novo ídolo, talvez sem ter a noção dos crimes cometidos por ele quando sequer eram nascidas ou ainda eram bebês.