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10 dívidas corintianas mostram que gestão Andrade repete problemas de Gobbi

Roberto de Andrade prometeu manter as contas em dia em sua gestão, mas não tem conseguido - Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians
Roberto de Andrade prometeu manter as contas em dia em sua gestão, mas não tem conseguido Imagem: Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

27/04/2017 04h00

Sob grande expectativa na parte política do clube, as contas da gestão Roberto de Andrade em 2016 serão votadas pelo Conselho Deliberativo do Corinthians nesta quinta-feira. Turbinados pela venda de diversos jogadores e por luvas da Globo de R$ 85 milhões, os números apresentados, como o UOL Esporte havia antecipado, devem confirmar a maior receita da história. Mesmo assim, o presidente em seu último ano de mandato tem dificuldade em cumprir com uma das bandeiras de sua administração: contas em dia. 

Se não bastassem os problemas financeiros da Arena Corinthians, que consumiu dinheiro do clube em 2016, há dívidas por toda parte relacionadas ao futebol profissional (ver abaixo): compras de jogadores, repasses de direitos econômicos, comissões e luvas compõem o cenário de dificuldade. Nos últimos sete meses, os salários do departamento também atrasaram pelo menos três vezes, a última delas em março, por cerca de dez dias - hoje estão todos em dia. 

Depois de dedicar o primeiro ano de sua gestão a sanar pendências herdadas dos tempos de Mário Gobbi, em que era diretor de futebol [dívidas com empresários, Mano Menezes, Tite e até dez meses de direitos de imagem vencidos], Roberto de Andrade nos últimos tempos viu o Corinthians entrar em ciclo parecido. Em entrevista recente ao Blog do Ohata, o atual presidente disse que havia reduzido a dívida do clube em R$ 140 milhões e explicou a gestão financeira liderada por ele. 

Procurado pela reportagem, o Corinthians preferiu não comentar as dívidas listadas. 

Confira 10 dívidas do Corinthians relacionadas ao futebol:

Kazim
O atacante foi adquirido ao Coritiba no início do ano por R$ 1,2 milhão, mas nem a entrada e nenhuma das parcelas foi paga pelo Corinthians até aqui. Os clubes têm buscado solução por meio de troca de atletas, mas o Coritiba prefere receber o correspondente em dinheiro.

Luidy
Até hoje, o Corinthians não realizou os pagamentos referentes à aquisição do jogador ex-CRB, acordada para ser à vista. Os atrasos são de R$ 400 mil. Além disso, existe a oportunidade de adquirir mais 30% de direitos econômicos (no momento, tem 40%) por R$ 800 mil, mas o clube tampouco exerceu.

Giovanni Augusto
Principal investimento da gestão Roberto de Andrade em reforços, o meia comprado ao Atlético-MG por mais de R$ 14 milhões teve sua aquisição dividida em três parcelas de valores iguais. Depois de fazer os pagamentos das duas primeiras, o Corinthians está em atraso com a terceira, superior a R$ 4 milhões, há alguns meses.

Comissão a agentes - Giovanni Augusto
Dividida em 29 prestações, a comissão aos intermediadores da transferência, o ex-jogador Roni e seu sócio Wagner Cruz, não é paga há sete meses. Recentemente, eles ingressaram com pedido na CBF para receber as quantias.

Guilherme
Adquirido por pouco mais de R$ 5 milhões divididos em várias parcelas, o meia-atacante ainda não foi pago por completo. A última prestação a ser quitada com o Antalyaspor-TUR, em aproximadamente R$ 1 milhão, está em aberto. Cedido ao Atlético-PR, o jogador terá metade dos salários pagos pelo Corinthians até dezembro de 2018. 

Marlone
Adquirido em janeiro de 2016 por R$ 4 milhões à Penapolense, em que fora registrado pelo investidor Fernando Garcia, o meia deveria ter sido pago em prestações mensais desde então. As parcelas, porém, estão em aberto desde o ano passado. O jogador foi emprestado ao Atlético-MG em troca pelo atacante Clayton. 

Direitos econômicos - Matheus Pereira
O Corinthians também sofre com empresários que cobram pelo não-repasse de algumas transferências, caso do jovem Matheus, vendido ao Empoli-ITA. O empresário Bruno Misorelli, da empresa B2F Marketing Esportivo, acionou o clube judicialmente para receber R$ 503 mil a que tinha direito. O clube ainda deve para os demais agentes que, a bem da verdade, tinham a íntegra dos direitos econômicos de Matheus.

Direitos econômicos - Petros
O empresário Marcus Sanchez, um dos proprietários do clube SEV Hortolândia, também cobra do Corinthians dívida referente à venda de Petros ao Betis. O montante é ainda superior em relação ao de Matheus Pereira: R$ 1,16 milhão. 

Vitinho
Depois de uma arrastada negociação pelo contrato profissional em 2016, o meia fechou acordo para recebimento de luvas. Parte dos valores, assim como a comissão de seus empresários, ainda não foi paga pelo Corinthians. As quantias fazem parte do centro de custo do futebol profissional. 

Carlinhos
Adquirido em 2014 do Novorizontino, o centroavante foi destaque da Copa São Paulo, como campeão e artilheiro, e promovido ao time adulto. A compra por R$ 500 mil, porém, ainda não foi quitada. Com cerca de três anos de atraso, o Corinthians efetuou o pagamento da primeira parcela recentemente.