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Política de reforços e relação com Ceni: Quem é o chefe do futebol do SP?

Vinicius Pinotti, à direita, é o novo diretor de futebol do São Paulo - Diego Salgado/UOL Esporte
Vinicius Pinotti, à direita, é o novo diretor de futebol do São Paulo Imagem: Diego Salgado/UOL Esporte

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

10/05/2017 04h00

Vinicius Pinotti deixou de ser torcedor para entrar no dia a dia do São Paulo ao emprestar dinheiro para a contratação de Ricardo Centurion no começo de 2015. Dois anos depois, o empresário assume o departamento de futebol do clube; no caminho de simples fanático a homem-forte do principal departamento tricolor, está uma passagem bem avaliada pelo marketing e a construção de uma boa relação com Rogério Ceni, ídolo e hoje técnico do time.

Sócio e diretor de uma empresa que detém ações da Natura, Pinotti vai se dedicar exclusivamente ao São Paulo, mas abriu mão da remuneração oferecida pelo clube dentro do novo estatuto, que prevê diretores profissionais. O novo diretor ainda não falou oficialmente, mas conversas com jornalistas e com outros dirigentes já dão sinais de como deve ser sua gestão à frente do futebol.

Blindagem e trabalho lado a lado com Ceni

Pinotti é bastante próximo de Rogério Ceni, participou do processo que levou o ex-goleiro a assumir o clube e conversa com o treinador são-paulino diariamente. As decisões do futebol, como chegada de reforços e saídas de jogadores, irão, mais do que nunca, passar por uma integração com a comissão técnica.

O novo diretor de futebol também já disse a pessoas próximas que pretende criar condições para que Ceni realize um trabalho de longo prazo. A ideia de Pinotti é manter o ídolo no comando do time ainda que os resultados não cheguem imediatamente, e não interromper o projeto.

Autonomia

Desde a saída de Marco Aurélio Cunha no começo do ano, o São Paulo contava apenas com diretores estatutários, conselheiros do clube, tocando o futebol, caso do vice José Alexandre Medicis e do diretor José Jacobson Neto. Além dos dois, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva participava ativamente do futebol.

Pinotti agora funcionará como um executivo, sem diretoria estatutária, e terá autonomia para tocar decisões e negociações. Pelo novo estatuto, responderá diretamente a Leco e terá suas decisões analisadas pelo novo Conselho de Administração.

Manutenção de elenco e reforços de oportunidade

Em conversa com jornalistas, Pinotti deixou claro que o elenco do São Paulo não passará por reformulações profundas ao longo da temporada. Os reforços que vierem serão negócios de oportunidade, envolvendo jogadores que possam ter impacto grande no time, e não mais nomes para compor elenco. A diretoria são-paulina se diz satisfeita com o plantel atual.

Por outro lado, já existem conversas preliminares envolvendo 2018, e um planejamento de longo prazo feito desde cedo. O São Paulo tem como objetivo conseguir, neste temporada, uma vaga na Libertadores para o ano que vem.

Tratamento interno de negociações importantes

Durante o período que teve Gustavo Vieira de Oliveira como gerente executivo de futebol, o São Paulo teve política de manter sob sigilo as principais negociações do departamento de futebol. Pinotti da sinais de seguir nessa linha: o novo diretor tem evitado entrar em detalhes sobre a renovação de Lugano, principal pendência que herdou da gestão anterior.

O São Paulo quer manter o ídolo uruguaio até o fim do ano, mas a conversa passa por uma avaliação do custo-benefício e do próprio desejo do jogador, que não vem tendo oportunidades. As conversas serão conduzidas a portas fechadas, para evitar expor o ídolo e gerar qualquer tipo de pressão de torcedores.

Depois de 18 dias de treinamentos, o São Paulo volta a campo nesta quinta-feira, diante do Defensa y Justicia, pela Sul-Americana, no Morumbi.