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Neilton no SP: De dispensável a titular. Dias depois, dispensável de novo

Neilton em partida contra o Defensa, da Argentina; atacante foi mal e perdeu moral - AP/Andre Penner
Neilton em partida contra o Defensa, da Argentina; atacante foi mal e perdeu moral Imagem: AP/Andre Penner

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

16/05/2017 04h00

Neilton passou por momentos bem distintos no São Paulo nas últimas três semanas. Logo depois de o time ser eliminado do Campeonato Paulista, no dia 23 de abril, o atacante era um dos mais cotados a serem dispensados do clube. Na inter-temporada a situação mudou e ele ganhou uma chance logo em uma mata-mata da Copa Sul-Americana. Depois de uma má atuação, voltou a ser visto como peça sem utilidade no elenco de Rogério Ceni. Mas o que provocou tais mudanças?

Durante a pré-temporada, o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, o jogador, de 23 anos, foi encarado como disperso pela comissão técnica. Nas poucas oportunidades que teve para mostrar serviço, havia decepcionado. Por isso, como o UOL Esporte publicou em 26 de abril, o clube estudava qual seria o destino do atleta, que está emprestado pelo Cruzeiro até o fim deste ano.

Na época, como já se sabia que os mineiros não iriam querer o jogador de volta, o São Paulo e o agente do atacante, Hamilton Bernard, começaram a procurar possíveis interessados em contratá-lo. Neilton, por sua vez, seguiu trabalhando e passou a se destacar nas atividades. Em um jogo-treino,contra o Oeste, marcou gol, deu assistência e ganhou moral com Ceni.

Coincidentemente, Wellington Nem e Morato, lesionados, e Luiz Araújo, em má fase, abriram espaço para Neilton. Rogério Ceni, então, resolveu dar uma última chance para o atacante. O problema é que o técnico escolheu logo a partida decisiva do mata-mata da Copa Sul-Americana contra o Defensa y Justicia, da Argentina. Em 45 minutos, ele não conseguiu convencer o treinador, foi substituído e ficou ainda mais marcado com a torcida 

Com o empate por 1 a 1, o São Paulo foi eliminado da competição continental e passou a ter apenas o Brasileiro para disputar em 2017. Por isso, a comissão técnica voltou a ver como necessária a redução do elenco, com 34 jogadores. Já na abertura do torneio nacional, Neilton nem sequer foi relacionado para enfrentar o Cruzeiro e passou a ser visto, outra vez, como forte candidato a deixar o clube.

Enquanto o agente e o São Paulo não encontrarem um interessado, Neilton permanece no elenco tricolor, mas não há previsão de que ele seja utilizado nas próximas partidas da equipe. O agente diz já ter sido procurado por alguns clubes e estaria em contato com Botafogo e Bahia. 

Envolvido em uma troca pelo volante Hudson, ele havia sido utilizado apenas em 11 das 27 partidas que o clube disputou no ano e não marcou gols. Nos treinamentos, o jogador também era alvo das broncas de Ceni, que tentava incentivá-lo sem sucesso. 

A transferência que levou Neilton ao Morumbi pode ser especialmente sentida pelo treinador quando João Schmidt for de vez para a Atalanta, da Itália. Hoje, o São Paulo testa o jovem Éder Militão e procura um outro primeiro volante no mercado para fazer sombra a Jucilei. Hudson, que foi ao Cruzeiro em troca do atacante, poderia cumprir a função, só que hoje é titular absoluto de Mano Menezes e até fez um dos gols na eliminatória que eliminou o clube tricolor da Copa do Brasil.