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Inter se defende no caso V.Ramos e vê possível expulsão da Série B "pesada"

Victor Ramos defendeu o Vitória na temporada de 2016 e tal situação está sob análise - Divulgação / Vitória
Victor Ramos defendeu o Vitória na temporada de 2016 e tal situação está sob análise Imagem: Divulgação / Vitória

Do UOL, em Porto Alegre

31/05/2017 13h48

O Internacional se defende das possível pena de expulsão da Série B pela utilização de documentos adulterados no 'Caso Victor Ramos'. Depois do relatório sobre o inquérito ter sido publicado no site oficial do STJD na manhã desta quarta-feira (31), o vice jurídico do clube gaúcho, Gustavo Juchem, entendeu que a pena seria pesada demais.

Segundo Juchem, o Inter não sabia da adulteração dos documentos, recebidos de um advogado. Quem modificou as correspondências foi o empresário de Victor Ramos na época da negociação, Francisco Godoy. Em seguida, o Monterrey (do México, clube detentor dos direitos de Victor na ocasião) repassou a outro agente, Décio Berman, e depois ao advogado André Ribeiro, que foi quem enviou ao Inter. Isso segundo o relatório divulgado. De acordo com o Internacional, ninguém sabia das adulterações.

"O esclarecimento prestado pelo Francisco Godoy foi importantíssimo. Ele recebeu o mail original do Vitória para encaminhar ao Monterrey e por sua decisão tentou resumir e simplificar as coisas. O fez e encaminhou ao Monterrey, lá atrás. Meses depois, com outra motivação, o Monterrey encaminha esse material a um agente em São Paulo (Berman), que o faz a um advogado (Ribeiro), que repassa ao Inter. Todos desconhecendo que adulterações haviam sido feitas. Fica claro que não só a acusação de falsificação, que no nosso entender não houve, não pode ser imputada ao Inter, e que o Inter não pode ser acusado, ou qualquer outro envolvido, de ter ciência disso", disse Juchem à Rádio Gaúcha.

Ainda segundo Juchem, o Colorado não teve tempo de verificar tal situação pois confiou na fonte e ainda agia com urgência para tentar elucidar a situação.

"Como o Inter poderia se certificar disso (da veracidade dos mails)? O Vitória e a CBF, que tinham posto em prática algo diferente do que falava nos mails, iam confirmar as conversas? O conteúdo era verossímil, o recebimento veio de pessoa confiável, de última análise, do próprio Monterrey. Não tinha motivo para suspeita de qualquer ordem. E o Inter não tinha acesso aos originais. E havia pressa porque a procuradoria estava para tomar decisão de abrir ou não processo no caso. Ainda apontava para uma irregularidade. A CBF estava ciente de um procedimento e apontava para outro. E o Inter tinha o dever de apontar para averiguação. O tempo era curto, e o Inter entregou o documento à procuradoria, não divulgou a terceiros, entregou para o procurador fazer a análise e as providências pertinentes. O procurador é autoridade competente e vinculado à CBF. Ele, teve oportunidade de se pronunciar a respeito. Não houve prejuízo a ninguém", esclareceu o dirigente.

Segundo o relatório, os mail permaneceram na caixa de correspondências eletrônicas dos advogados do Internacional por apenas 81 minutos. Foi o prazo para a decisão tomada de anexar ao processo na tentativa de provar que Victor Ramos estava inscrito irregularmente pelo Vitória.

O relator Mauro Marcelo pediu, após inquérito, a denúncia do Internacional e dos envolvidos. A pena mais dura pode ser aplicada ao clube e trata do artigo 61 do Código Disciplinar da Fifa. Segundo ele, o Internacional pode ser punido com a expulsão da Série B.

"A investigação merece elogios, Mas o enquadramento jurídico tem erros específicos. Não cabe a pena sugerida. Está nas mãos do Procurador (Felipe Bevilacqua), um profissional conhecedor da matéria e muito competente, ele irá decidir pela instauração ou não de processo e apuração de uma eventual punição. Quem não deve, não teme", finalizou Juchen.

A reportagem do UOL Esporte apurou que, após ter ciência de todos os documentos, o procurador-geral Felipe Bevilaqcua pedirá 'dilação de prazo' para efetuar ou não a denúncia. Desta forma, terá até o fim da semana para decidir como procederá com o caso. Se irá arquivar ou dar andamento ao caso.