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Dirigente do Vasco pode pegar um ano de suspensão em caso Victor Ramos

Anderson Barros, hoje no Vasco, era gerente de futebol do Vitória na época de V. Ramos - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Anderson Barros, hoje no Vasco, era gerente de futebol do Vitória na época de V. Ramos Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/06/2017 04h00

O gerente de futebol do Vasco, Anderson Barros, foi citado pelo auditor do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Mauro Marcelo de Lima e Silva, no inquérito que analisa o caso envolvendo o zagueiro Victor Ramos e o Internacional. Caso a procuradoria acate a denúncia, ele será enquadrado no artigo 222 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e pode ser suspenso por um período de 90 dias a um ano.

Barros, na época do caso, era o gerente de futebol do Vitória, clube onde Victor Ramos atuava. De acordo com as investigações, ele foi o emissário inicial do email que, posteriormente, foi adulterado e que pode levar o Internacional até mesmo a exclusão na Série B.

O artigo 222 fala em “prestar depoimento falso perante a Justiça Desportiva”. Segundo o inquérito, “o depoente não soube informar como poderia ocorrer o vazamento. Alegou ainda que não autorizou a divulgação de sua conversa privada. Curiosamente, hoje se sabe que foi ele quem transmitiu os e-mails a Francisco Godoy”.

Francisco Godoy é empresário de Victor Ramos e seria o responsável por fazer a adulteração do arquivo. Embora a pena prevista para o artigo 222 seja alta, Anderson Barros pode se livrar dela caso reconheça a verdade dos fatos. Diz o CBJD: "A infração deixa de ser punível se o agente, antes do julgamento, se retratar e declarar a verdade". 

O UOL Esporte tentou entrar em contato com o gerente de futebol do Vasco, mas até ele não atendeu às ligações até a conclusão da reportagem.

Entenda o caso

O Internacional questionou a inscrição do zagueiro Victor Ramos pelo Vitória no Campeonato Brasileiro do ano passado. Segundo o clube gaúcho, o jogador tinha transferência irregular e não poderia atuar pelo Rubro-Negro. O Colorado fez pedido de julgamento no STJD, mas o caso acabou arquivado.

Na argumentação, no entanto, o Inter utilizou uma troca de e-mails referente à inscrição do jogador. Nela, o responsável pelas inscrições da CBF, Reynaldo Buzzoni, orientava o clube baiano a proceder a transferência internacional, que comprovaria o erro posterior. Buzzoni, por sua vez, disse posteriormente que os documentos de transferência de Victor não voltaram ao Monterrey, do México, entre os empréstimos a Palmeiras e Vitória, configurando uma transferência nacional e dentro do prazo.

A CBF encontrou adulterações nos documentos utilizados pelo Inter na solicitação, que chegou a ser levada ao Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça, sem sucesso. A CBF abriu inquérito para investigar as adulterações e a investigação deu origem ao documento divulgado nesta quarta-feira.

A motivação do Inter em tirar pontos do Vitória no Brasileirão era simples: fugir do rebaixamento. Brigando ponto a ponto com os baianos pela permanência na Série A, o Colorado tentou evitar o primeiro rebaixamento de sua história, mas acabou não conseguindo e atualmente joga a Série B.