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Grande aposta de Cuca, Jean no meio falha e faz técnico repensar Palmeiras

Jean comemora gol do Palmeiras, o primeiro no Brasileiro-2017 - JALES VALQUER/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Jean comemora gol do Palmeiras, o primeiro no Brasileiro-2017 Imagem: JALES VALQUER/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

02/06/2017 04h00

A grande "sacada" de Cuca no seu jogo de reestreia do Palmeiras foi alternar as posições de Jean e Tchê Tchê: o então lateral direito passou a jogar no meio-campo para dar mais mobilidade à equipe. O objetivo era aumentar a velocidade do setor, especialmente na transição da defesa para o ataque. Embora essa seja sua posição de origem, no Palmeiras ele tem sido prioritariamente lateral.

Diante do Vasco, o teste deu certo. Jean participou de pelo menos dois dos quatro gols da equipe e foi bastante elogiado pelo comandante. A partir daí, sua presença como meio-campista passou a ser mais frequente, mas o desempenho não foi o mesmo. O time sofre tanto na hora de desarmar, exigindo mais de seus zagueiros, quanto na hora de sair para jogo, deixando o time sem criação.

Os números comprovam a visão. Jean tem desarmado pouco, por exemplo. Mesmo atuando como volante, no ranking do Brasileirão ele está atrás até de jogadores que são reservas ou entram com menos frequência em campo. Willian, Guerra, Mina, Keno, Dudu, Thiago Santos e Tchê Tchê têm números melhores que ele, segundo o Footstats.

Na hora de fazer o time rodar com os passes certos, Jean também não está entre os destaques do Palmeiras. Ele fica atrás de Tchê Tchê, Mina, Michel Bastos e do recém-contratado Juninho.

Felipe Melo afasta o perigo da zaga do Palmeiras contra o São Paulo - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Felipe Melo afasta o perigo da zaga do Palmeiras contra o São Paulo
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Como dar velocidade ao meio sem tirar Felipe Melo?

Hoje, o principal desejo de Cuca é dar mais mobilidade a seu meio-campo. E sua principal saudade tem nome e número: Moisés, 10. Nenhum dos contratados consegue exercer a mesma função do jeito que o técnico sonha.

A preocupação com a fluência passa por Felipe Melo. Cuca entende que o jogador é um pouco lento para atuar no meio. Não à toa, ele tem colocado o volante cada vez mais recuado. Depois de vários jogos atuando praticamente como um terceiro zagueiro, ele jogou como zagueiro no posicionamento tradicional em todo o segundo tempo da derrota para o Inter, na última quarta, pela Copa do Brasil.

Na coletiva de imprensa após a classificação, Cuca explicou que a substituição deu mais movimentação para o seu meio. "O Thiago entrou ali e liberou o Jean e o Tchê Tchê para subirem mais", resumiu.

Outro indicativo para mostrar que o treinador pretende usar Jean mais vezes no meio-campo foi a chegada do lateral direito Mayke. Assim, o técnico fica com quatro atletas que podem exercer essa função. Além dos dois já citados, o elenco ainda tem Fabiano e Tchê Tchê.

Mina abre o placar para o Palmeiras contra o Atletico Tucuman - NELSON ALMEIDA/AFP - NELSON ALMEIDA/AFP
Mina abre o placar para o Palmeiras contra o Atletico Tucuman
Imagem: NELSON ALMEIDA/AFP

Sobrou até para Mina compensar meio-campo sumido

Cuca sabe que ainda não encontrou o seu time ideal e deve seguir fazendo testes e improvisações. Diante do Internacional, por exemplo, ele chegou a mandar Mina virar atacante no momento em que buscava um gol. Não foi só nesse jogo que o zagueiro exerceu funções além da sua posição de origem, para auxiliar na criação da equipe.

Um dos artilheiros do time na Libertadores, com três gols, o zagueiro ainda é vice-líder do time em passes certos no Brasileirão e líder na Copa do Brasil, onde ele é também o segundo que mais erra lançamento. Os números mostram a influência que o colombiano tem na saída de jogo do Palmeiras, um dos problemas para Cuca resolver.