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Lesionado, Auro é vetado por São Paulo de usar CT e se magoa com tratamento

Auro estava emprestado ao América-MG até o fim desta temporada - Érico Leonan/São Paulo
Auro estava emprestado ao América-MG até o fim desta temporada Imagem: Érico Leonan/São Paulo

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

14/06/2017 04h00

De grande promessa a jogador pouco aproveitado no elenco profissional, o lateral-direito Auro voltou ao São Paulo no mês de maio para cuidar de lesão sofrida no joelho esquerdo enquanto defendia o América-MG. A recepção, no entanto, não foi como ele esperava. O ala não pôde fazer seu tratamento no CT da Barra Funda e nem foi autorizado a ficar em um quarto em Cotia, para onde foi encaminhado pela diretoria. 

Auro precisou ser operado e, por opção, viajou para São Paulo para realizar o procedimento, mesmo tendo contrato de empréstimo com o América até dezembro. A decisão de fazer a recuperação na capital paulista foi um consenso para que o jogador, um patrimônio do clube paulista, pudesse ser cuidado de perto. A principal reclamação, então, surgiu logo no pós-operatório.

Primeiro, o lateral ficou na casa de familiares, em Jaú, de repouso, mas na sequência precisou iniciar o tratamento no Reffis. Ainda sem poder dirigir, pediu ao Tricolor para ficar no CT da Barra Funda por ter imóvel próximo ao local, mas o clube negou.  Com a recuperação repassada para Cotia, o defensor pediu para se hospedar no CFA Laudo Natel, mas novamente recebeu uma resposta negativa. Longe do CFA e sem poder dirigir nas duas primeiras semanas, Auro decidiu alugar um imóvel próximo ao centro de treinamento na Grande São Paulo. A situação incomodou Auro, que esperava um tratamento mais compreensivo da diretoria. 

Os tricolores se defendem. Dizem ter custeado a cirurgia e aceitado recebê-lo para o tratamento, que também deveria ter ficado a cargo do América. Explicam ainda que avisaram o empresário do atleta assim que o processo da cirurgia foi acertado sobre a impossibilidade de tratamento na Barra Funda. Já em Cotia, argumenta o São Paulo, a hospedagem é exclusiva para jogadores que tenham 20 anos ou menos, ou seja, nascidos no máximo até 1997. Auro é de 1996 e já integrava o elenco profissional desde 2014, apesar de ter encerrado a última temporada na equipe sub-20 – com destaque. 

Neste ano, dois atletas acima dos 20 anos se lesionaram e puderam usar o Reffis do CT da Barra Funda, mas não chegaram a se hospedar no local. O Tricolor explica que resolveu tratar junto dos profissionais o lateral-direito Lucas Farias, do Estoril Praia (POR), e o centroavante Gabriel Rodrigues, do Ventforet Kofu (JAP), porque naquele momento eram poucos os lesionados do time principal e havia espaço e fisioterapeutas para apoiá-los.

Agora, além de Auro, o lateral-direito Foguete (voltou do Vila Nova) e o volante Banguelê (voltou do Novorizontino) também precisaram se recuperar de problemas físicos e o CT já estava cheio de jogadores machucados – chegaram a ser cinco em tratamento ao mesmo tempo. O clube ainda explica que o espaço e a quantidade de médicos e fisioterapeutas em Cotia são maiores para que o tratamento fosse feito com mais cuidado e atenção.

Auro fez 16 partidas pelo América-MG. No São Paulo, foram 36 jogos desde a estreia no profissional, em 7 de setembro de 2014, em vitória por 2 a 0 sobre o Sport no Morumbi. Por coincidência, o clube pernambucano, rival do Tricolor às 19h30 desta quarta-feira pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro, chegou a apresentar Auro como reforço no ano passado, mas a negociação foi desfeita porque nem paulistas e nem pernambucanos se atentaram ao fato de que o ala já havia disputado competições nacionais por dois times na temporada. Além do próprio Tricolor, no Brasileirão, participou da Copa do Brasil pelo Linense, onde atuou emprestado no primeiro semestre.