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Zagueiro alemão sofreu com racismo na Itália e defende medidas drásticas

Shaun Botterill/Getty Images
Imagem: Shaun Botterill/Getty Images

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

19/06/2017 04h00

Classificação e Jogos

“Ações drásticas precisam ser tomadas em caso de racismo”. A declaração do zagueiro Antonio Rüdiger, em entrevista coletiva no último sábado (18), joga uma luz sobre um problema que ele mesmo enfrentou mais de uma vez na Itália, onde defende a Roma.

No clube italiano desde 2015, Rüdiger foi alvo por duas vezes de declarações racistas após partidas da Roma. A primeira, no final de 2015, culminou na demissão do ex-jogador Stefano Eranio do posto de comentarista da televisão suíça “RSI”.

No empate em 4 a 4 entre Roma e Bayer Leverkusen, pela Liga dos Campeões, Rüdiger falhou em um dos gols do clube alemão. No intervalo da partida, Eranio afirmou que “jogadores de cor que jogam na defesa cometem esse tipo de erro porque não estão concentrados. São fortes fisicamente, mas cometem erros na hora de pensar antes de jogar”.

Depois de ter sido demitido, Erani se disse “triste” com o ocorrido. “Não era minha intenção ofender ninguém. Se o fiz, é justo que eu pague pelo meu erro”.

No final de 2016, um novo episódio envolvendo Rüdiger aconteceu. Depois da derrota de 2 a 0 da Lazio para a Roma, o meia Senad Lulic causou polêmica pelas declarações racistas proferidas contra o alemão de origem serra-leonesa.

“Rüdiger já falava muito antes do jogo. Há dois anos, ele vendia meias e cintos em Stuttgart. Agora, já está achando que é um fenômeno”.

Por causa da declaração, Lulic foi suspenso por 20 dias do Campeonato Italiano e recebeu uma multa de 10 mil euros. Depois da punição, o bósnio se desculpou pelo ocorrido. “Venho de um país que conhece as tragédias causadas pelos preconceitos étnicos. É por isso que peço desculpas por ter me deixado levar pelas tensões pós-clássico e ter me manifestado de maneira inoportuna”.

Aos 24 anos, Rüdiger é um dos jogadores mais experientes do elenco que representará a Alemanha na Copa das Confederações. Na entrevista coletiva do último sábado (17), o alemão pediu punições mais severas para quem cometer atos racistas.

“Eu já fui chamado de macaco em inúmeros jogos e nada aconteceu. Não consigo entender o motivo disso, você tem que fazer algo quanto a isso. O árbitro tem que avisar o locutor do estádio e pedir para que ele faça um aviso pelo sistema de som. Se continuar, mesmo depois disso, eu seria a favor de cancelarem a partida”.

A Alemanha estreia na Copa das Confederações nesta segunda-feira (18), contra a Austrália, no estádio Olímpico de Sochi, às 12h (de Brasília).