Topo

CBF envia carta para ajudar ex-cartola que desviou dinheiro da seleção

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/06/2017 18h44

A CBF enviou uma carta para a Justiça Espanhola que ajuda a defesa judicial do ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell que está preso por acusações de desviar dinheiro da seleção. O documento diz que a entidade não se considera prejudicada por comissões recebidas por ele e pelo ex-presidente da confederação Ricardo Teixeira no exterior, afirmando que desconhece esses pagamentos. A confederação confirmou o envio de um documento, sem comentar seu teor. 

Rosell está preso acusado de lavagem de dinheiro de 15 milhões de euros. Esse dinheiro foi recebido em contratos com a ISE (International Sports Events) relacionados aos acordos por amistoso da seleção. A empresa tem contrato com a CBF até 2022 pelo qual paga em torno de US

Rosell está preso acusado de lavagem de dinheiro de 15 milhões de euros. Esse dinheiro foi recebido em contratos com a ISE (International Sports Events) relacionados aos acordos por amistoso da seleção. A empresa tem contrato com a CBF até 2022 pelo qual paga em torno de US$ 1 milhão por jogo. Mas fechou esses compromissos paralelos com Rosell e Teixeira com movimentação de dinheiro no exterior, por EUA e Andorra.

nbsp;1 milhão por jogo. Mas fechou esses compromissos paralelos com Rosell e Teixeira com movimentação de dinheiro no exterior, por EUA e Andorra.

Neste quinta-feira, o veículos "El Periodico" e EFE informaram que a defesa de Sandro Rosell apresentou uma carta assinada pelo secretário-geral da CBF, Walter Feldman. No documento, ele afirma que a CBF não se sente prejudicada e que desconhece qualquer contrato de Rosell. Isso foi usado pela defesa de Rosell no seu pedido para deixar a prisão.

Além disso, a defesa de Rosell argumentou que não há nenhum crime em levar comissão em contratos da CBF porque não há o crime de corrupção privada prevista na lei penal brasileiro. Por isso, o caso não foi investigado pela Justiça do país, segundo os advogados do cartola. Assim, na versão do ex-cartola barcelonista, não teria havido crime já que os fatos são relacionados aos contratos no Brasil.

De fato, nem Rosell nem Teixeira são alvo de procedimento investigatório por conta de desvios de dinheiro de amistosos da seleção. O ex-presidente da CBF é alvo de um inquérito por movimentação financeira acima do normal, constatada em quebra de seu sigilo bancário. Há um inquérito ainda para receber informações relacionados ao caso "Fifa Gate" e para receber colaboração da Justiça dos EUA.

Questionada, a CBF confirmou ter enviado um documento à Justiça espanhola: "CBF não comenta o teor do documento, mas confirma que enviou esclarecimentos pertinentes à Justiça Espanhola."

Como já mostrado no UOL, a confederação sob o comando do presidente Marco Polo Del Nero tem atuado para proteger Ricardo Teixeira nas investigações que ele sofre pelo mundo. Os dois cartolas ainda se mantêm como aliados.