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CBF resgata campeão olímpico demitido e expõe fase de incógnitas pós-Micale

Rogério Maia, preparador de goleiros, voltou a trabalhar na CBF após ter sido demitido - Divulgação/Coritiba
Rogério Maia, preparador de goleiros, voltou a trabalhar na CBF após ter sido demitido Imagem: Divulgação/Coritiba

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

23/06/2017 04h00

Com o departamento de base desfalcado depois das várias demissões feitas em fevereiro, a CBF escolheu justamente um campeão olímpico que havia sido demitido no começo do ano para voltar. Preparador de goleiros dos Jogos do Rio de Janeiro, Rogério Maia reassumiu nos últimos dias a função da qual havia sido desligado há poucos meses. Ele também irá atuar como observador de atletas da posição.

Maia, que estava no Tombense-MG, se desligou do clube com a promessa de que será contratado até o fim do ano. Por conta da legislação trabalhista, o homem que apostou em Weverton, herói do título olímpico na disputa por pênaltis contra a Alemanha, só pode trabalhar como prestador de serviços neste momento.

O preparador de goleiros não é o único demitido que poucos meses depois volta a trabalhar para a CBF. Recentemente, o supervisor Vinícius Costa também foi convocado para exercer novamente a função ao longo de duas semanas com a seleção sub-15, na Granja Comary.

Vinícius e Rogério Maia fizeram parte da lista de profissionais da base demitidos pela CBF durante a reformulação que permitiu a promoção de Edu Gaspar. Logo depois do Sul-Americano Sub-20, os campeões olímpicos Rogério Micale, treinador, e Erasmo Damiani, coordenador, foram mandados embora em conjunto com outros funcionários.

Desde então, a decisão de Edu foi contrariar a lógica e deixar os cargos vazios, já que o Brasil não iria disputar o Mundial Sub-20. A única seleção formada com mais de 17 anos viajou para disputar o Torneio de Toulon, na França. A equipe sub-18, porém, sucumbiu contra times dois anos mais velhos e foi eliminada na primeira fase.

Diferentemente da gestão anterior, de Damiani, que considerava importante realizar mais convocações para monitorar o maior número possível de atletas, a política adotada foi de diminuir a quantidade de jogos. A rede de observadores foi enxugada: o departamento, que chegou a ter seis contratados, hoje tem três. Cabe a eles, e aos treinadores Carlos Amadeu e Guilherme Dalla Déa, acompanhar todas as categorias de todos os clubes brasileiros.

Depois de conversar com coordenadores a quem sondou para a função deixada por Erasmo Damiani – um deles foi André Figueiredo, agora superintendente de futebol do Atlético-MG, Edu Gaspar decidiu aguardar para repor as baixas. A tendência é que só faça em 2018.

Dois nomes, porém, são especulados para ocupar os lugares vagos no departamento. Indicado por Edu para o Corinthians no início do ano, o gerente da base e ex-goleiro Yamada é o mais comentado para a coordenação. Auxiliar de Fábio Carille, o treinador Osmar Loss é o nome favorito para acumular a seleção sub-20 e também sub-23, para os Jogos de Tóquio em 2020. Ambos veem a mudança, que engordaria o time corintiano na CBF, com ótimos olhos.