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PM sugere que bombas entraram com ajuda de funcionários do Vasco

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

09/07/2017 11h15

A Polícia Militar do Rio de Janeiro avaliou como positiva sua atuação nos incidentes dentro do estádio de São Januário após o clássico entre Vasco e Flamengo, no sábado (9). De acordo com o major Hilmar Faulhaber, comandante eventual do grupamento que atua em estádios, as bombas atiradas no gramado após o apito final provavelmente não estavam com os torcedores no momento da revista na entrada do estádio, que é feito em conjunto entre a PM e seguranças do Vasco.

Segundo ele, esses artefatos devem ter entrado via funcionários do clube mandante ou vendedores ambulantes.

“Verificando as imagens pela imprensa e até na hora, podemos dizer que é improvável que aquela quantidade de bombas tenha entrado pela revista. Pode até ser que uma ou outra entre num sapato, em uma meia ou em uma roupa íntima, mas aquela quantidade não”, disse o major, responsável pela operação dentro do estádio.

“Tem que se rever o esquema de segurança dos funcionários, o acesso aos portões internos, dos [vendedores] ambulantes, ou até antes dos portões abrirem, um dia antes da partida, tem que ter esse controle maior. É improvável que aquela quantidade de bombas tenha entrado através da revista.”

Após o clássico, Eurico Miranda, presidente do Vasco, pediu desculpas à torcida pelos incidentes e disse que tomou “todas as providências para que isso não acontecesse”, chegando “a sugerir que o jogo fosse com torcida única.”

Mesmo com a explosão dos artefatos, a polícia que trabalhou dentro do estádio disse que cumpriu sua função no episódio. “O principal objetivo ali foi alcançado: proteger a torcida visitante, os árbitros, os atletas e evitar que houvesse confronto entre as duas torcidas na arquibancada”, disse Faulhaber.

Depois do jogo, o conflito entre torcedores e policiais se estendeu para fora do estádio. Uma pessoa, de identidade ainda não confirmada, foi morta nos arredores de São Januário. O major Faulhaber afirmou que o efetivo policial para a segurança da partida foi adequado. 220 policiais foram destacados na operação.

“Nem se houvesse 500 ali perto da torcida organizada do Vasco nós conseguiríamos manter a ordem. Esses torcedores já têm um histórico de brigas, divergência de opiniões. Isso tem gerado alguns atritos. Não é porque é São Januário, aquele tipo de comportamento da torcida do Vasco poderia causar problemas sérios em qualquer tipo de estádio.”