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Eurico Miranda rebate PM e culpa órgão por barbárie em São Januário

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/07/2017 12h50

A postura da Polícia Militar em relação aos episódios de violência em São Januário no último sábado não passaram em branco ao presidente do Vasco, Eurico Miranda. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira no estádio, o dirigente rebatou a crítica do órgão sobre uma suposta falha de segurança e revista dos torcedores por parte do clube.

O cartola, inclusive, culpou e insinuou que a ação enérgica da PM com tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral contribuíram para o tumulto se tornar ainda maior.

“Quero fazer comentários sobre a precipitação que está acontecendo de todas as partes. Imprensa, PM, MP... Ninguém mais do que eu quer que as coisas sejam devidamente apuradas, investigadas. O Julgamento antecipado normalmente induzem a erro. Vou começar pela nota. PM disse que funcionários do Vasco.... A quem interessava que acontecesse esses fatos lamentáveis? Ao Vasco, ao seu presidente? Evidentemente que não. Interessava ao Vasco? Não. Nos jogos eles têm um pró labore. Interessava a eles? Evidentemente que não. Pode interessar a um, dois, três que não trabalham. Não se pode generalizar e acusar. Tenho 630 funcionários”, declarou Eurico.

O presidente vascaíno reafirmou que a responsabilidade pela revista dos torcedores era da Polícia Militar e revelou ter sugerido o clássico com torcida única:

"A PM justifica da maneira dela. Pode até nem fazer a revista alegando falta de contingente, mas é a responsável por essa revista. Quando pede que seguranças particulares façam, ela PM quem supervisiona. Da parte do Vasco, tomamos todas as medidas necessárias, inclusive solicitei torcida única. A PM é que disse que tinha condição de dar garantia. Os portões de São Januário só abrem após a chegada da PM".

Eurico Miranda também eximiu o clube de culpa pela morte do torcedor Davi Lopes Rocha, de 27 anos, que foi baleado no tórax já do lado de fora de São Januário.

"Só falta dizerem que mataram o torcedor aqui dentro e jogaram lá fora. Aí é brincadeira. Tem que ter investigação. Foi arma de fogo? Tem que apurar de onde saiu. Uma coisa garanto: se foi arma de fogo, foi lá fora. Acho que não entraria no estádio com a revista", disse.

O cartola também negou que tenha incitado a violência com suas declarações em relação ao clássico com o maior rival:

"A razão de ser do futebol é a rivalidade. Senão vai ser uma ópera, um balé. A hora que não tiver rivalidade no futebol a tendência é descer. Não pode confundir é com violência. Eu quero que o Flamengo perca. Estou estimulando o ódio? Não. Querem que dê porrada no Flamengo? Não. É uma diferença grande. Sei o que representou para eles vencerem aqui. E sei o que representa ter perdido",

Por fim, Eurico Miranda deixou claro não ser contra a realização do clássico na Ilha do Urubu no returno do Campeonato Brasileiro.

"Eu não sou contra, a PM é que tem que ser. Quando fiz a proposta de torcida única, fiz também para o segundo turno. Cada um tem que assumir a sua responsabilidade, só não pode a PM se eximir. Pode dizer que não tem contingente", ressaltou.